“Presidente não tem que ficar colocando dinheiro no clube”, diz novo mandatário do Metropolitano

Aos 58 anos, Pedro Nascimento assumiu na segunda-feira a responsabilidade de ser o oitavo presidente da ainda curta história do Metropolitano. Diferente de outros ex-comandantes, como Marcelo Georg e Ivan Kuhnen, ele não é empresário e chega como uma aposta da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), que encabeçou o início das conversas dois meses atrás. A ideia, desde o começo, era apresentar ao clube um nome que tivesse condições de acompanhar o dia a dia. A oficialização da candidatura junto ao Conselho Deliberativo ocorreu no último dia 20.

Nascimento foi tenente no 23º Batalhão de Infantaria entre 1977 e 1988, passou pela presidência e diretoria de Trânsito no Seterb e foi diretor da Fundação Municipal de Desportos (FMD) entre 1999 e 2005. O novo presidente também já teve ligação com o Metropolitano por quatro anos. Foi o diretor de Futebol na conquista do acesso à elite do Campeonato Catarinense, em 2004, e supervisor de 2005 a 2007.

Foto: Sidnei Batista / Divulgação

O mandato é “complementar” e vai até maio do ano que vem, apenas preenchendo o tempo restante que seria de Kuhnen. Nascimento não esconde o interesse de continuar na presidência do Verdão, mas diz que para isso acontecer vai precisar do suporte prometido.

– Eu assumi por conta do apoio de um grupo de empresários de Blumenau. Se esse projeto for levado a sério e eu tiver essa ajuda o tempo todo, tenho interesse em me candidatar novamente – afirma.

Nos bastidores, antes da confirmação do novo mandatário, houve a expectativa de que o Conselho pudesse articular um nome forte que tivesse condições de injetar dinheiro, tanto para cobrir as dívidas quanto para bancar as despesas daqui para frente. Nascimento condena qualquer tipo de investimento particular e afirma que a solução tem que partir da iniciativa privada.

_ Presidente não tem que ficar colocando dinheiro no clube. Quem tem que fazer isso são os empresários.

Série D

Sem criar expectativas e evitando mexer com os ânimos do torcedor, Nascimento admite que a disputa da Série D neste ano será praticamente para “cumprir tabela“. Sem condições financeiras de montar um elenco que chegue com força para brigar pelo acesso, a diretoria nem sequer alimenta a esperança de uma possível surpresa.

– Para esse ano o objetivo é bem simples: montamos um grupo de jogadores modesto e jogamos a Série D. Assim conseguimos garantir a disputa da competição pra 2017, economizamos e ainda por cima fazemos um caixa para ter um bom elenco para jogar o Campeonato Catarinense – explica o presidente.

O elenco

Três questões serão resolvidas ainda nessa semana, segundo o presidente, e tem ligação com a quarta divisão nacional. Até esta sexta-feira boa parte do plantel será definido para que todos os jogadores estejam treinando até 1º de junho. Atletas que não estão sendo aproveitados em equipes como Chapecoense, Figueirense e Criciúma vão compor o grupo junto com os que hoje já integram o Sub-20 do clube. Técnico e auxiliar também já estão definidos: César Paulista e Egídio Beckhauser, respectivamente.

Diretoria

Outro ponto é a definição do novo grupo de trabalho, envolvendo a diretoria executiva (diretor de futebol, administrativo, financeiro, marketing). Nascimento disse que espera até domingo definir os responsáveis e não escondeu o interesse em manter aqueles que participaram diretamente de gestões anteriores.

CT

A continuidade nas obras do Centro de Treinamentos Romeu Georg foi garantida pelo novo presidente e o diretor de patrimônio, Jurival da Veiga, será mantido para dar sequência aos trabalhos. A ideia do clube é terminar ainda no início do ano que vem os trabalhos no prédio que hoje acomoda toda a parte administrativa para dar início à construção do campo de futebol.

Acesso

Responsável pela montagem do elenco no único acesso conquistado em toda a história do Metropolitano, em 2004, Nascimento é enfático quando fala sobre seus planos à frente do clube e diz que quer mais uma ascensão de divisão para o currículo.

– A minha gestão só será marcante se conseguirmos subir para a Série C, onde, inclusive, o clube já deveria estar – diz o presidente.