Apuração exemplar. Foi isso que a presidente Dilma Rousseff pediu à Polícia Civil do Estado, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O ministro informou que permanece em Santa Maria até segunda-feira e que unidades da Força Nacional do SUS monitorará de forma permanente o estado de saúde dos envolvidos no incêndio da boate Kiss, na madrugada deste domingo.

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– A presidente Dilma pediu para fazer uma apuração exemplar sobre os responsáveis ou irresponsáveis que causaram isso – afirma o ministro.

De acordo com Padilha, cerca de 20 equipes trabalham no local para atender pessoas que inalaram a fumaça durante o incêndio. Os grupos são formados por profissionais com experiência em situações de calamidade, como no terremoto do Haiti. Não há falta de medicamentos na cidade. O único pedido é por psicólogos e outros voluntários que possam auxiliar os parentes das vítimas.

– Quem puder, se apresente ao comitê da Defesa Civil montado aqui. Além de salvar as vidas, podemos cuidar dos familiares.

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O ministro relatou à Rádio Gaúcha que tinha acabado de acordar pela manhã e ficou a par das notícias pela internet. Depois, por volta das 9h, recebeu uma ligação da presidente pedindo que se colocasse à disposição do governo do Estado e embarcasse com a equipe de apoio em um avião da FAB.

– Sempre temos de ter controle e uma ação coordenada. Já transferimos 14 pacientes por helicópteros e ambulâncias para outros hospitais.

Pessoas que inalaram a fumaça ainda correm riscos, alerta ministro Padilha

Segundo o ministro, a maior preocupação é com possíveis casos de pneumonite. Ele contabiliza que, das mais de 100 pessoas atendidas, 16 apenas estavam queimados. O restante é atendido por intoxicação. Eles são colocados em ventilação mecânica e ficarão sob observação para cuidar que não evolua para casos mais graves.

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– Às vezes o problema não aparece de forma aguda no primeiro dia, mas pode acontecer ao longo da semana. Duas unidades ficarão em Santa Maria para atender pessoas que estiveram na boate ou no entorno e apresentem quadro de tosse ou falta de ar – informa.

A tragédia

O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.

Sem conseguir sair do estabelcimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.

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A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos útimos 50 anos no Brasil.

Veja onde aconteceu

Imagem: Arte ZH

A boate

Localizada na Rua Andradas, no centro da cidade da Região Central, a boate Kiss costumava sediar festas e shows para o público universitário da região. A casa noturna é distribuída em três ambientes – além da área principal, onde ficava o palco, tinha uma pista de dança e uma área vip. De acordo com o comando da Brigada Militar, a danceteria estava com o plano de prevenção de incêndios vencido desde agosto de 2012.

Clique na imagem abaixo para ver a boate antes e depois do incêndio

A festa

Chamada de “Agromerados”, a festa voltada para estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) começou às 23h de sábado. O evento era de acadêmicos dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária, Tecnologia de Alimentos, Zootecnia, Tecnologia em Agronegócio e Pedagogia. Segundo informações do site da casa noturna, os ingressos custavam R$ 15 e as atrações eram as bandas “Gurizadas Fandangueira”, “Pimenta e seus Comparsas”, além dos DJs Bolinha, Sandro Cidade e Juliano Paim.

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