O presidente interino Michel Temer (PMDB) está abusando do prestígio que conquistou em anos de mandato parlamentar. Acertou no alvo escolhendo uma equipe econômica qualificada e competente, mas na política está perdendo capital e negando imagem de profissional.
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Veio primeiro a formação do ministério e as desnecessárias escolhas de Romero Jucá, Henrique Alves e Eliseu Padilha, todos já citados ou até investigados na Lava-Jato. Se são seus amigos e têm competência para o cargo, deveria retardar a nomeação. Depois, cedendo a pressões legítimas e outras nem tanto, de caráter corporativo, encaminhou aumentos salariais incompatíveis com o monumental esforço fiscal que a crise está a exigir. Prosseguiu com o pacote de “bondades”, até com reajuste do Bolsa Família acima dos índices inflacionários. Aumentos que nenhuma categoria de trabalhadores recebeu. Oxigenou o populismo lulopetista.
Engoliu, sem dar um pio, o novo líder do governo na Câmara. Que não foi escolhido pelo presidente, mas empurrado goela abaixo pelo centrão e pelo presidente afastado da Câmara. Finalmente, a reunião com Eduardo Cunha, cuja entrada na Câmara está vetada pelo STF e cuja presença nos palácios deveria ser proibida. Um escândalo: para negociar a não cassação de Cunha.
O afastamento de Dilma Rousseff deu novo ânimo aos brasileiros e o clima ficou mais auspicioso. Mas Temer teima em ignorar a voz das ruas.
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