O presidente iemenita, Abd Rabo Mansur Hadi, retornou nesta terça-feira ao Iêmen de seu exílio saudita, após o lançamento de uma ampla ofensiva apoiada por uma coalizão árabe contra os rebeldes huthis apoiados pelo Irã.

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Hadi aterrissou em Áden, capital provisória do país, e se dirigiu imediatamente ao palácio presidencial para “supervisionar” as operações que se propõem a reconquistar a província de Taez (sudoeste), destacou uma fonte da Presidência.

O premiê Khaled Baha tinha anunciado no domingo a chegada iminente do chefe de Estado e de todos os membros do governo “para exercer suas funções no território iemenita”.

Hadi já tinha tentado retornar ao Iêmen em setembro, após seis meses de exílio na Arábia Saudita.

Ele tinha viajado com Baha para Áden, retomada em junho por seus homens no âmbito da operação liderada pelos sauditas.

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Mas ambos tiveram que retornar no mês seguinte a Riad, após um atentado contra o hotel onde o governo havia se instalado.

Hadi declarou o porto de Áden capital provisória deste país do sul da Península Arábica, após conseguir fugir em fevereiro de Sanaa, onde os rebeldes o tinham confinado em prisão domiciliar.

Ele partiu para o exílio em março, quando a coalizão árabe lançou uma intervenção de apoio ao seu governo, reconhecido pela comunidade internacional.

Cinco mil pessoas, mais da metade delas, civis, morreram desde o início da intervenção, segundo as Nações Unidas.

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A guerra agravou a crise humanitária neste país paupérrimo, onde 80% da população está ameaçada pela fome, segundo a ONU.

Avanço para Taez

A coalizão mobilizou tropas terrestres em agosto, depois de meses de bombardeios aéreos.

E reforçou o dispositivo de forma significativa para a operação na província de Taez, indicaram fontes militares.

Esta província foi palco nos últimos meses de sangrentas batalhas.

Na cidade de Taez, a terceira do país, há forças rebeldes, mas estas são assediadas por insurgentes xiitas huthis e seus aliados.

As tropas pró-governamentais e da coalizão árabe tomaram durante a noite a aldeia de Waziaa, segundo fontes militares.

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Mas a agência Saba, controlada pelos rebeldes, assegurou que os huthis repeliram os ataques contra esta localidade.

Mais ao sul, segundo a fonte militar, as tropas de Hadi avançaram para Rahida, a segunda cidade da província, após intensos combates perto de Shuraija.

As tropas leais estão, ainda, a apenas “30 quilômetros de Mocha”, no mar Vermelho, segundo um oficial.

A ofensiva terrestre foi apoiada por bombardeios aéreos da coalizão árabe.

Desde a segunda-feira, 26 insurgentes e 33 militares das tropas leais perderam a vida, segundo fontes do bando de Hadi.

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Quatrocentos soldados sudaneses se somaram este mês em Áden às forças da coalizão árabe. Outros 500 já tinham chegado em outubro.

Forças sudanesas deslocadas na base aérea de Lahj participam da ofensiva em Taez, disseram nesta segunda-feira fontes militares.

A ofensiva põe em dúvida os esforços da ONU para abrir negociações de paz no fim do mês.

Uma tentativa de diálogo havia fracassado em junho, devido às exigências da coalizão de uma retirada dos rebeldes dos territórios que tinham conquistado.

* AFP