Alerta total. É assim que Presidente Getúlio, no Alto Vale do Itajaí, está principalmente depois que casas e comércios foram invadidos pela água da chuva no sábado (7). No trecho da Serra do Papagaio, parte do asfalto cedeu por conta da chuva. Além disso, uma idosa de 75 anos foi resgatada pelos bombeiros voluntários após ficar ilhada.
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Segundo a prefeitura, na manhã deste domingo (8), o acumulado já tinha escoado e a cidade não registrava pontos de alagamento, mas as equipes seguem em alerta devido à previsão de novas pancadas de chuva. Ao todo, 142 pessoas estão desabrigadas e 620 desalojadas.
Veja fotos das ruas de Presidente Getúlio alagadas
Ainda de acordo com a prefeitura, 120 mm de chuva foram registrados entre sexta-feira (6) e sábado. O interior de Presidente Getúlio foi um dos locais mais castigados pela manhã.
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No entanto, a água, que estava nas áreas de interior, desceram e invadiram o Centro da cidade ao longo dia, e uma idosa de 75 anos foi resgatada após ficar ilhada.
— Todos os nossos interiores choveram demais e foram muito atingidos. Foi um desastre mesmo. E fora os outros municípios, onde também choveu bastante. Todas essas águas estão vindo para Presidente Getúlio. E hoje, nós estamos com a cidade praticamente em um estado bem fora da realidade e com o incidente total — pontua Denilson Pereira, presidente do Clube Cruzeiro.
Conforme o município, ao menos 607 pessoas estão desalojadas e 110 desabrigadas. Um abrigo foi montado para atender a população.
Além disso, 42 ruas ficaram alagadas. A própria sede da prefeitura ficou ilhada por conta do avanço das águas.
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O posto de combustíveis de Genivaldo Frare foi um dos atingidos com a inundação. Segundo ele, o nível subiu em cerca de duas horas.
— Duas horas da tarde ainda não tinha água. A partir das quatro já começou a aparecer água. A perspectiva é grande e é preocupante na verdade, porque segundo a defesa civil é para muita chuva. E se isso acontecer e essa água não baixar, a situação pode se tornar bem crítica na verdade — explica.
Já no caso de Marcela Lemos, a água invadiu a casa em que ela mora com a família. Desde terça-feira a operadora de caixa está na casa de uma amiga enquanto espera a água baixar.
—De manhã eu fui trabalhar normal e à tarde a gente já não conseguia mais voltar para casa porque o rio encheu a certo ponto que eu não consegui mais voltar. Até ter previsão de melhora do tempo a gente não vai voltar para casa — alega.
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“É um pesadelo”
As novas inundações ocorrem quase três anos depois da enxurrada que deixou 18 mortos e 147 desabrigados. O fenômeno derrubou casas e fez com que ruas desaparecessem. Os prejuízos giram em torno de R$ 60 milhões.
Por conta disso, o medo de que uma nova tragédia ocorra paira na região.
— O que houve conosco com a enxurrada é muito mais preocupante. Hoje de manhã entupiu uma galeria que tinha aqui próximo do ribeirão e colocamos um maquinário para desentupir, porque senão tinha dado um problema seríssimo para nós — pontua Denilson.
A prefeitura já decretou situação de emergência na cidade. Agora, os esforços estão voltados para o monitoramento, enquanto a angústia cresce entre os moradores.
— A ansiedade e o medo é muito grande, porque tudo que nós passamos naquela enxurrada de 2020 é um pesadelo. Então, eu que moro próximo também dessa região, fui atingido na época, e é sempre preocupante o rio. Então a gente tem que torcer para que não chova mais — finaliza Denilson.
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