Pessoas que desejam ajudar os moradores atingidos pela enxurrada de Presidente Getúlio podem levar doações ao ginásio da escola municipal Tancredo Neves, no bairro Pinheiro. A necessidade neste momento é por cobertores, água potável, produtos de higiene, móveis, toalhas e travesseiros para que as famílias que perderam tudo dentro de casa possam recomeçar.
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Os alimentos recebidos, por ora, suprem a demanda, diz a secretária de Saúde Iara Poffo. A Assistência Social trabalha no levantamento do número dos que perderam casas inteiras ou parte dos bens na enxurrada que castigou o município entre a noite de quarta-feira e madrugada de quinta (dias 16 e 17).
No local, além do depósito das doações, a escola foi transformada no abrigo da cidade. A prefeitura decidiu desativar o que existia até a manhã desta sexta-feira (18) para transformá-lo em uma UPA improvisada. Ele fora montado em um enorme salão paroquial na região central da cidade.
Nesta primeira noite alguns desabrigados dormiram lá, mas pela manhã foram levados à escola do bairro Pinheiro. Agora, além dos atendimentos pontuais da Saúde, o salão paroquial será o centro de atendimento aos pacientes com suspeita de coronavirus, que antes ocorria em uma unidade de saúde. As equipes estão estruturando o espaço para começar o atendimento assim que possível, mas não há prazo estabelecido. Todos os sete postos de saúde foram afetados pela chuva.
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Nas salas de aula da escola do bairro Pinheiro, carteiras foram substituídas por colchões. Cada família se instalou em uma das salas transformadas em quartos. Júnior Leal, 34, de cabeça baixa, sentado em um dos colchões azuis, faz uma oração.

Apesar da estimativa da prefeitura de que haja 400 desalojados, a maioria foi para casa de amigos e parentes. Os que estão no abrigo ainda não foram contabilizados, mas não são muitos. Júnior procurou a ajuda da prefeitura porque não tinha para onde ir com a esposa, a irmã, o cunhado e dois sobrinhos.
Eles moram na mesma casa, na Rua Sete de Setembro, no Centro. Júnior veio do Pará há pouco mais de um mês em busca de emprego. A pandemia prejudicou o trabalhador informal, que decidiu tentar uma nova vida perto da irmã e da mãe, que estão na cidade há mais tempo.
— Nós vamos continuar trabalhando para recomeçar — diz esperançoso.
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A irmã, Carla Farias, 27, passou pela enchente de 2015 que alagou alguns pontos da cidade. Relata que desta vez tudo aconteceu de um jeito muito diferente.
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— Meu marido chegou do trabalho do segundo turno e acordou todo mundo. Só deu tempo de pegar algumas roupas e sair. A água passou do ombro dentro de casa. Quando saímos já estava na cintura. Foi muito rápido — lembram Carla.
Com a casa cheia de lama, aguarda o retorno do abastecimento de água para poder limpar o que for possível salvar. Os móveis doados ajudarão, mas a família sabe que precisará de muitos meses para comprar tudo o que foi perdido.
— Não faz mal, nós quatro trabalhamos, devagar vamos conseguir. Agora é procurar outra casa para pagar aluguel, ali não dá mais — constatou.
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Onde doar
Todas as doações podem ser deixadas na escola Tancredo Neves, na Rua Rodolfo Haertel, 111, ou no galpão da empresa Dalila Têxtil e CEIM Adelina Clara Hess de Souza, em frente ao Frigorífico Pamplona.
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