O presidente islamita egípcio Mohamed Mursi, destituído em julho pelo exército, deverá se apresentar à justiça para responder por fuga da prisão e morte de oficiais durante a revolta que derrubou em 2011 Hosni Mubarak, indicou neste sábado o Ministério Público. Detido desde sua destituição em 3 de julho, Mursi já está sendo julgado por cumplicidade nas mortes de manifestantes durante seu governo.

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Trata-se do terceiro caso que Mursi, o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito, deverá responder na Justiça.

Com ele, serão julgados 132 outras pessoas, incluindo 70 membros do movimento islâmico palestino do Hamas e do partido xiita libanês do Hezbollah, estes últimos à revelia.

O Ministério Público alega que os partidários da Irmandade Muçulmana, à qual pertence Mursi, do Hamas, do Hezbollah e jihadistas atacaram prisões e delegacias de polícia nos primeiros dias da revolta, matando policiais e ajudando milhares de prisioneiros a escapar.

Alguns líderes da Irmandade Muçulmana que escaparam com ele no início de 2011 da prisão de Wadi Natrun (noroeste do Cairo) também aparecem na lista de acusados.

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Segundo a agência de notícias Mena, o presidente também deverá ser julgado por “espionagem” para organizações estrangeiras a fim de cometer ações terroristas no país. Ao lado dele, serão julgados 35 dirigentes da Irmandade Muçulmana, como o guia supremo Mohamed Badie.

Mursi havia afirmado por telefone a um canal de televisão logo após a sua fuga em 2011, que os guardas prisionais tinham abandonado o local enquanto os internos, aproveitando o caos, escapavam da prisão.