Em entrevista à rádio Globo na manhã da última segunda-feira (28), o presidente da Sindipetro, Luiz Antônio Amin, falou sobre a queda dos preços da gasolina nas refinarias e como os posto de gasolina sentem os impactos da crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
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Segundo ele, embora as refinarias tenham anunciado baixa de 50% no valor do combustível A, a baixa não é a mesma no preço final para o consumidor.
– Temos a refinaria, a distribuidora, tem a questão do frete e o posto. Nós não compramos direto da refinaria. Nós temos um atravessador no meio que se chama distribuidora – explica.
Conforme Luiz, não há como afirmar por quanto tempo deve perdurar a redução nos postos, uma vez que o petróleo chegou ao nível negativo e é a estatal Petrobras quem define a possível redução dos valores. Além disso, o governo do estado de Santa Catarina estuda aumentar os valores na tabela de preços dos impostos cobrados em decorrência dos gastos com a pandemia. O aumento seria de R$ 0,07, valor atual, para R$ 0,30.
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– Sobre aumento de volume, vai depender muito do pessoal do comércio, da volta às aulas. Tudo isso afetou muito o movimento dos postos – completa.
Ainda conforme ele, embora o preço tenha reduzido em 50% nas refinarias, o governo do estado não se manifestou para reduzir a base de cálculo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
– O governo do estado demorou muito pra reduzir essa pauta do ICMS. Se tivesse reduzido mais a pauta, o preço também seria mais baixo na bomba – pontua.
O preço de pauta consiste no valor que o governo usa para cobrar o ICMS, já que o imposto dos combustíveis é cobrado antes de ser vendido pelo posto. Como o governo não sabe por quanto o posto vai vender, ele determina um preço de pauta, e é sobre esse preço que o ICMS é cobrado. Atualmente, o valor é a partir dos R$ 4,10 da gasolina. Independente do preço cobrado pelos donos dos postos de gasolina, o imposto é cobrado como se o produto fosse vendido a R$ 4,10.
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Mesmo assim, Joinville continua sendo uma das cidades com preços mais acessíveis de Santa Catarina. Já o estado é o segundo do país, ficando atrás apenas do Amapá. Sobre projeções, Luiz afirma que não há como definir as expectativas, mas acredita que os valores irão continuar baixos por mais tempo.
– Podemos ter uma surpresa se o governo federal aumentar a Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico), que aí impacta em um aumento no preço da gasolina. Mas não acredito que isso vai ser feito agora – ressalta.