O presidente do Sindicato dos Armadores e da Indústria da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), Giovani Monteiro, é um dos detidos na Operação Enredados, deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Federal em SC e outros seis estados. A informação é do blog Guarda-Sol.
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A investigação apura a concessão irregular de licenças na pesca industrial. Monteiro foi detido no início da manhã quando seguia de carro ao aeroporto de Florianópolis, de onde seguiria para um compromisso em Brasília.
O superintendente do Ibama em Santa Catarina, Américo Ribeiro Tunes, também foi detido. A PF não divulgou mais informações sobre o caso, o que deve ocorrer em coletiva de imprensa em Porto Alegre, às 14h.
Polícia fez buscas em empresas e despachantes
Ao todo, foram 19 mandados de prisão, 61 de busca e 26 de condução coercitiva cumpridos nesta quinta. O secretário-executivo interino da Secretaria da Pesca, Clemerson José Pinheiro da Silva, também foi detido em Brasília.
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Em SC, teriam sido seis prisões. A PF não divulgou quem são os presos, que serão levados a Porto Alegre na tarde desta quinta.
Em Itajaí, o próprio Sindipi foi alvo de mandado de busca e apreensão. Empresas pesqueiras e despachantes de pesca também receberam a “visita” da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira. O sindicato é um dos mais atuantes dentro do setor no país – até porque a região de Itajaí é o maior polo pesqueiro brasileiro.

Foto: Marcos Porto/Agência RBS
A entidade tem atuação expressiva em situações como a lista de espécies ameaçadas de extinção publicada pelo Ministério do Meio Ambiente, que, por pressão do setor, acabou tendo a validade prorrogada.
Em janeiro, protagonizou, junto com o sindicato dos trabalhadores da pesca, um protesto de repercussão nacional quando o canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes foi fechado pelas embarcações. Um transatlântico repleto de passageiros ficou quase dois dias impedido de deixar Itajaí.
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Espécies ameaçadas foram apreendidas
De acordo com a PF, peixes ameaçados de extinção – cuja pesca é proibida, como Tubarão Azul, Tubarão Cola-fina, Tubarão Anjo e Raia Viola – foram apreendidos ao longo da investigação. Mais de 240 toneladas de pescado ilegal, com preço de mercado superior a R$ 3 milhões, teriam sido encontradas em diversos pontos da costa brasileira.
Ainda segundo a polícia, dentre as ilegalidades constatadas, algumas foram identificadas repetidas vezes – como a desconsideração dos dados do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações por Satélite (Preps), que monitora a atividade dos barcos pesqueiros no país.