O São Luiz é a grande surpresa do Campeonato Gaúcho 2010. O time de Ijuí lidera a Chave 2 com 13 pontos, em 15 disputados. A equipe supera até o Inter, segundo colocado com a mesma pontuação, mas saldo inferior. Eleito no ano passado para o segundo mandato na presidência do clube, Sadi Pereira falou sobre o bom momento da equipe:

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– É um trabalho que vem sendo feito há quatro anos. E nesses quatro anos a gente foi aprendendo. E neste ano, começamos mais cedo. Começamos a formação do grupo em agosto, quando contratamos a comissão técnica. E desde o ano passado já fazíamos uma lista de jogadores que tinham um bom desempenho no Gauchão – explica.

Nas entrevistas para a imprensa, os jogadores do São Luiz sempre ressaltam a união do grupo e o bom ambiente no Estádio 19 de Outubro. O atual goleador do Gauchão, o atacante Eraldo, afirma que os atletas formaram uma família, e elogiou o caráter dos colegas:

– Realmente criamos uma família desde quando chegamos, no dia 1º de dezembro. Vimos que tínhamos pessoas de caráter que estavam querendo. Então formamos um grupo muito forte – fala.

O presidente do clube garante que a boa relação entre os jogadores, comissão técnica, dirigentes e funcionários do clube não é por acaso. Sadi Pereira explica que busca contratar profissionais com um perfil bem definido:

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– Isso se consegue não só trazendo jogadores, mas cidadãos. O futebol é coletivo, é um grupo todo. Buscamos jogadores que são líderes positivos. Os atletas do clube são jogadores que voltaram para o São Luiz. Quem deu resposta positiva, tentamos contratar novamente – afirma.

Outro que revela alguns dos segredos do time de Ijuí é o goleiro Oliveira. Ele disputou o Gauchão de 2009 pela equipe e agora retornou para a disputa da competição em 2010. Questionado sobre os motivos que o trouxeram de volta, o arqueiro ressalta a estabilidade para trabalhar:

– É o projeto do São Luiz. O clube vem trabalhando diferente no interior do Rio Grande do Sul. Vem fazendo um futebol querendo crescer. Pagamento em dia, tudo certinho. É um lugar onde temos uma estabilidade boa para trabalhar. E o Gauchão é uma vitrine – diz.

Apesar de não revelar quanto gasta com a folha salarial dos atletas, Sadi Pereira revela que em 2010 o clube atingiu o maior patamar da história. E se queixa que os investimentos em futebol poderiam ser maiores se não fosse as dívidas antigas:

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– Não é menor e não é a maior dos times do interior. Mas tenho certeza que é a maior folha da história do São Luiz. E nós aqui temos que pagar a folha e pagar a dívida velha. Sempre priorizamos o pagamento em dia dos jogadores – comenta.

Futuro promissor

Um time de futebol forte precisa ter categorias de base fortes. E a direção do São Luiz sabe disso. O clube investe nos jovens atletas e neste ano vai disputar o campeonato estadual em três categorias diferentes:

– Nós temos cerca de 200 jovens, na faixa etária entre sete e 20 anos. Vamos disputar este ano, no Estado, o sub-15, o sub-17 e o juniores. O São Luiz é um clube que proporciona a pessoa começar a jogar futebol e virar profissional.

Recentemente, o São Luiz também fechou uma parceria com um agente Fifa que possui escritório em Portugal. A ideia é vender algumas promessas diretamente para a Europa e para o Oriente Médio, sem precisar repassar para outro clube do Brasil.

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A ideia é conseguir dinheiro para trabalhar com futebol durante o ano inteiro. E, quem sabe, ingressar na Série D do Campeonato brasileiro:

– No momento em que saldarmos todos os nossos compromissos financeiros. O que vale para nós é o Gauchão. Precisamos zerar as dívidas e ter um projeto de receita. Caso contrário vamos trabalhar apenas com categorias de base além do Campeonato Gaúcho.