A crise de confiança que se abateu sobre o Partido dos Trabalhadores (PT) chegou também em Santa Catarina. De acordo com os dados do Supremo Tribunal Eleitoral (STF), o foi o PT foi o partido político que mais perdeu filiados no Estado. Enquanto o PSD ganhou 7,8 mil filiados entre janeiro de 2016 e abril de 2017, o partido dos últimos dois ex-presidentes perdeu 248 membros. Apesar disso, a sigla ainda conta com 58.578 membros – alcançando o patamar de quinto maior partido de SC. Para o líder do PT em SC, Décio Lima, o momento atual e de “grande oportunidade de se reconciliar.

Continua depois da publicidade

Confira a entrevista completa:

Como o senhor avalia o momento do PT em relação a sua militância no Estado?

Penso que o PT está numa grande oportunidade de se reconciliar, primeiro com a base que sempre ele expressou no conjunto das causas que protagonizou. Depois de um processo duro, cruel, de criminalização e exposição pública, temos a oportunidade de, no debate democrático, de conteúdo, consolidarmos um processo de reafirmação como protagonista destas causas. Quem claramente se contrapõe a essa agenda, no meu entender produto de golpe, que está levando o Brasil à recessão e ao subdesenvolvimento? Quem defende o trabalhador contra a reforma trabalhista? Quem foi contra a PEC da Maldade? Temos um conteúdo extremamente afirmativo. É, visivelmente, nós e mais alguns. Santa Catarina está diante do fim de um ciclo com o fim da tríplice aliança. Tenho muito claro que temos, primeiro, uma tarefa emergente, sair do isolamento. Na última eleição nem nossos aliados históricos estiveram conosco. É fundamental já a consolidação de uma perspectiva junto do PCdoB, com o PDT, para construir um conteúdo. Que tenha a finalidade de construir uma alternativa de desenvolvimento sustentável para nosso Estado.

Continua depois da publicidade

Em outubro do ano passado, o senhor defendeu em entrevista ao DC a fusão do PT com outros partidos. Considera essa possibilidade?

Acho que o resultado do 6º Congresso, que me colocou como presidente do PT com 64% dos votos, ganhou internamente este debate. A chapa que protagonizei chama-se Frente Ampla. Este foi o debate que preponderou ao longo de dois dias. Acho que isto já consolidou que nós vamos ter uma ofensiva no sentido de fazer aglutinações já no começo, no campo democrático e popular. Claro que temos uma tarefa de construção de unidade interna, de reconciliação com setores que sempre representamos. Mas essa é a ideia central hoje. Quando falo em frente ampla, falo em aglutinar todos aqueles setores que historicamente estiveram nesse campo. PDT, PCdoB, é impossível imaginar que nós vamos construir um conteúdo da grandeza de SC sem esses partidos. Vão naturalmente se estabelecer dentro do convívio de uma frente.

O PT não abre mão de um nome próprio para 2018?

Isto não está colocado. O que está colocado é ser protagonista. Acho que o PDT tem nomes, o PT tem nomes, o PCdoB tem nomes. Há outros nomes que estão se posicionando e poderão se construir na defesa desse conteúdo. O problema não é nome. O grande problema é fazer uma convergência de conteúdo.

Continua depois da publicidade

Santa Catarina tem 37 mil novos filiados a partidos políticos

Em um período marcado por eleições municipais, impeachment e inesgotáveis desdobramentos da Operação Lava-Jato, os partidos políticos de Santa Catarina ganharam 37 mil filiados. Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e contabilizados de janeiro de 2016 a abril deste ano. São em média 2,3 mil novas filiações por mês.

Leia mais notícias:

Santa Catarina tem 37 mil novos filiados a partidos políticos