O presidente do Irã, Hassan Rouhani, pediu nesta quinta-feira a Israel que assine o tratado de não-proliferação nuclear para submeter assim ao controle internacional as armas nucleares que supostamente possui.

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– Nenhuma nação deve ter armas nucleares – afirmou Rohani, cujo país é acusado por potências ocidentais de querer possuir uma arma atômica, durante uma reunião sobre desarmamento nuclear realizada durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York.

A Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York, marca a estreia de Rouhani em fóruns multilaterais. As relações diplomáticas entre o Irã e os Estados Unidos e alguns de seus aliados, como Israel, foram rompidas durante a revolução islâmica de 1979, e os dois países estão em conflito sobre a questão nuclear. Washington suspeita que o Irã planeja fabricar armas nucleares, algo rejeitado pelas autoridades iranianas. Na quarta-feira, um ministro iraniano elogiou o ‘tom moderado e respeitoso’ do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, que também foi saudado pela imprensa de Teerã. O otimismo, porém, não é compartilhado pela imprensa conservadora. O jornal Kayhan zombou de Obama e considerou que as declarações feitas sobre o direito dos iranianos à energia nuclear para fins pacíficos como “um sinal do poder do Irã”.

O mesmo vale para o lado israelense. Na quarta-feira, a embaixada de Israel em Washington ridicularizou o presidente iraniano em seu Twitter, destacando seu “papo de vendedor internacional” e caracterizando-o como “defensor de longa data da proliferação nuclear” e “profissional de relações públicas”.

Em sua conta oficial, a embaixada questionou sobre o que se parecia a página do LinkedIn – a rede social para os profissionais – do presidente iraniano, que assegurou na terça-feira em discurso na Assembleia Geral da ONU que seu país não é uma ameaça, nem para o mundo nem para sua região.

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“Desde minha eleição como presidente iraniano em 2013, eu desenvolvi e realizei uma campanha de relações públicas sem precedentes para o governo iraniano”, escreveu a embaixada no currículo fictício de Hassan Rouhani.

“Graças a uma série de declarações, tweets, operações de comunicação e sorrisos, consegui transformar o regime dos aiatolás, inimigo dos direitos humanos, em um regime moderado, fonte de esperança”, ironizou a embaixada.

Alguns países ocidentais e Israel acusam a república islâmica de tentar fabricar armas atômicas sob a cobertura de um programa nuclear pacífico, o que Teerã nega.