O presidente iraniano, Hassan Rohani, pediu aos países muçulmanos uma união para “punir” a Arábia Saudita por seus “crimes”, uma declaração sem precedentes em mais de duas décadas contra esta nação.

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“Os países da região e e o mundo islâmico devem coordenar suas ações para solucionar os problemas e punir o governo saudita”, declarou Rohani em um conselho de ministros, informa a agência pública Irna.

“Se o problema com o governo saudita se limitasse ao hajj (a peregrinação a Meca), talvez tivéssemos encontrado uma solução. Mas, infelizmente este governo, com os crimes que comete na região e seu apoio ao terrorismo, derrama o sangue dos muçulmanos no Iraque, na Síria, no Iêmen, e bombardeia diariamente e de maneira selvagem mulheres e crianças iemenitas”, completou.

Rohani pediu uma coordenação entre os Estados muçulmanos para que “o hajj aconteça normalmente e os países da região se livrem do apoio deste regime ao terrorismo e o povo iemenita possa viver em paz e em segurança”.

A guerra verbal entre Irã e Arábia Saudita se exacerbou com a peregrinação anual à Meca, que começa no sábado.

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Irã e Arábia Saudita travam uma disputa há vários anos para influenciar a região. As políticas dos dois países divergem em vários temas, como as guerras no Iêmen e na Síria.

As relações ficaram ainda piores desde o tumulto do ano passado durante a peregrinação a Meca, quando morreram 2.300 peregrinos, entre eles 464 iranianos, de acordo com os balanços de vários países.

Para 2016 não há acordo entre Riad e Teerã. Pela primeira vez os iranianos não participarão no hajj.

“O Irã não perdoará nunca o sangue derramado por estes mártires”, advertiu Rohani.

sgh/fp