A tecnologia precisa ser vista como uma aliada e não como a solução dos problemas na área da saúde. A afirmação é do presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, Claudio Luiz Lottenberg, segundo palestrante a falar na Expogestão 2016, nesta quarta-feira, na Expoville, em Joinville. Diante de um auditório lotado, Lottenberg abordou o tema Inovação e foi muito aplaudido ao término da sua exposição.
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– A tecnologia é responsável por grandes saltos na medicina. É inegável o papel que ela exerce, seja com cirurgias robóticas ou exames com impressão em 3D. Mas é importante lembrar que as respostas para a saúde não estão restritas à tecnologia. Na minha visão, a tecnologia é suporte para o atendimento médico do cidadão – destacou.
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Para Lottenberg, os sistemas de saúde no Brasil têm condições de evoluir se houver uma parceria entre as iniciativas pública e a privada, seja oferecendo atendimento diferenciado, seja orientando a população no sentido de buscar uma vida saudável e a prevenção de doenças crônicas como o diabetes e a hipertensão.
– As pessoas buscam muitas vezes as emergências dos hospitais para resolver problemas simples, que poderiam ser resolvidos de outras formas. Isso acaba gerando custos ao sistema e um atendimento deficitário. A saúde é sim um direito do cidadão, mas também é um dever. Ele precisa estar consciente disso – ressaltou.
Conforme Lottenberg, a diferença entre os sistemas de saúde está na limitação orçamentária de cada um. Para o presidente do Albert Einstein, os hospitais não deveriam ser a porta de entrada no sistema de saúde. Isso ocorre porque as pessoas não têm outras oportunidades para serem atendidas.
– O que falta é diálogo e conversa, além de uma revisão dos sistemas de urgência e emergência dos hospitais – observou.
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Defensor da interação das iniciativas pública e privada, Lottenberg vê virtudes nos dois sistemas.
– O sistema público lida com uma limitação orçamentária evidente e isso faz com que ele tenha de criar uma realidade de muita qualidade, sem agregar necessariamente valor à tecnologia que gerencia. Já o privado tem práticas e oportunidades de interação tecnológica que geram ganho. Acredito que somos muito mais completos quando trabalhamos com as duas vertentes – ponderou.