O executivo Luiz Sebastião Sandoval pediu demissão nesta quinta-feira, em “caráter irrevogável”, da presidência do grupo Silvio Santos. É a primeira baixa de um executivo do alto escalão fora do banco Panamericano, após o afastamento de toda a diretoria por conta do escândalo de maquiagem de balanço.
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No lugar de Sandoval, então braço direito do empresário Silvio Santos, sobe Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio Santos, que vinha exercendo a função de diretor-executivo do SBT. Advogado de formação, Sandoval trabalhava com Silvio Santos havia 40 anos. Ele comandava as 44 empresas do grupo, todas elas dadas em garantia pelo empréstimo para sanear o banco.
Logo que foi revelado o rombo de R$ 2,5 bilhões no Panamericano, Sandoval disse desconhecer os problemas.
– Eu não desço à contabilidade das empresas – disse. – Nós, na holding, trabalhamos com os relatórios, pareceres de auditoria externa, do conselho fiscal. A Caixa fez uma due dilligence (auditoria para avaliar preço de empresa) pela KPMG e não captou nada.
Profissionais envolvidos no socorro ao Panamericano notaram que Silvio Santos tomou a dianteira e negociou pessoalmente com os banqueiros o empréstimo do Fundo Garantidor.
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No ano passado, Sandoval havia comandado a venda de 35,5% do banco Panamericano para a Caixa. À época, chegou a afirmar que as demais instituições financeiras “pisaram no pescoço” do Panamericano, pedindo taxas altíssimas para empréstimo, durante a crise financeira de 2008.
Outra mudança foi a nomeação de José Roberto dos Santos Maciel como vice-presidente do SBT. Maciel era diretor administrativo e financeiro do SBT.
A filha de Sílvio Santos Daniela Beyruti continua no cargo de diretora-executiva da rede de televisão.