O Figueirense vai tratar internamente os casos do zagueiro Marquinhos e do atacante Zé Love, que utilizaram as redes sociais para manifestar diferentes descontentamentos. De acordo com o presidente do clube, Wilfredo Brillinger, uma reunião com os atletas e com a presença do superintendente de futebol Carlos Arini vai discutir o assunto. Porém, o dirigente máximo do Alvinegro não escondeu a insatisfação com a forma em que os jogadores se posicionaram.
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— Repudio usar o nome do clube em redes sociais. Se quiserem usar para assuntos particulares, tudo bem. Mas não vou permitir usar o nome do clube como eles usaram. Vou me reunir com o superintendente Carlos Arini, com os atletas, ouvi-los e tomar a decisão que for melhor para o Figueirense — disse Brillinger, em entrevista à Rádio CBN Diário na manhã desta segunda-feira.
Na última sexta-feira, Marquinhos publicou em rede social uma imagem tomada pela cor preta acompanhada do texto “Quando o respeito acaba, é hora de mudar!!! O correto no futebol não existe, vida que segue”, com outras figuras. Em condições de atuar enquanto aguarda julgamento por suspeita de dopping, o defensor demonstrou estar insatisfeito em não ser utilizado pelo técnico Márcio Goiano. Na mesma rede, porém no sábado, Zé Love publicou uma foto diante do espelho, na academia do CFT, com uma saudação: “Bom dia para você que mês tem 90 dias!”.
O presidente Brillinger confirmou que há pendências com o atacante, mas longe do que deu a entender o atacante. Ainda, acrescentou que não é uma situação exclusiva vivida pelo Figueirense.
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— Existem coisas pontuais. Não é nem de longe o que o atleta tentou colocar. Quem conhece a legislação sabe que, da forma como ele colocou, o clube seria punido. Estamos fazendo engenharia financeira para manter o Figueirense.
Na tarde desta segunda-feira, Marquinhos e Zé Love trataram do assunto. O atacante demonstrou que não passou de um mal entendido. Já Marquinhos informou que a postagem foi uma espécie de desabafo.
Segundo Zé Love, a mensagem tinha origem diferente e, ainda, descreveu que estava “chateado” pela interpretação que gerou.
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— Cada um tira suas conclusões. Se vocês não sabem, sábado fazia 90 dias que eu tinha feito a minha cirurgia e às vezes, pelo Instagram, muda a forma de se expressar. Eu não coloquei a palavra salário lá, falei do mês ter 90 dias porque estou ansioso para voltar, faltam 30 dias para eu jogar. Em nenhum momento eu citei isso (situação financeira) e fico até um pouco chateado. Muitas vezes na rua as pessoas questionam o motivo de você não estar jogando e perguntam se você está roubando o clube. A única coisa que eu quero é jogar, ajudar o Figueirense. É até chato falar, mas é uma oportunidade para falar. Eu tive a mesma proposta do Avaí, mas para mim o projeto do Figueirense era melhor. O Figueirense vai brigar para subir e quando o jogador sobe com o clube, o nome fica marcado e você pode jogar a Série A. Esse é meu plano e tenho certeza que temos tudo para subir.
Já o meia Marquinhos detalhou toda a situação, em seu ponto de vista. Conforme falou, em entrevista coletiva, é a necessidade de ter abertura para falar com o técnico Márcio Goiano o motivo do incômodo.
— Estou aqui há quatro anos, muitos conhecem minha postura no dia a dia. Não é pela opção do treinador em ficar no banco. A situação comigo e com o Márcio, isso vem desde quando ele chegou, a gente não tem diálogo, não sei o motivo. Mas ele comigo não tem esse diálogo. Fiz o jogo contra a Chapecoense, fiquei 30 dias suspenso em casa e nada foi passado para mim, treinei por minha conta. E todos sabiam que eu não tinha condição física e técnica. Simplesmente na véspera do jogo o auxiliar perguntou se eu poderia jogar e fui, machuquei a panturrilha. Tentei jogar, botei minha cara. Aconteceu isso, voltei a treinar e hoje eu me sinto apto a ajudar. Fiquei esperando minha oportunidade e antes do jogo do Inter teve um treino tático que ele me colocou no lugar do Leandro Almeida, mas ele manteve o time. Depois com a expulsão do Leandro eu achei que iria ter a oportunidade, mas no treino seguinte eu fui para o terceiro time. Mesmo assim eu treinei da mesma forma que sempre foi. Quando viajamos e eu vi que não seria titular, fiquei fora de mim, depois externei para o Arini. Fui falar com o Márcio, questionei o motivo e foi aí a resposta que ele falou para mim que era uma opção, porque ele pediu o Naylhor. Para mim foi falta de respeito, era mais fácil ele falar que eu estava atrás tecnicamente, fisicamente, ou que não gosta do meu futebol. Isso é respeitar a hierarquia, mas não posso ficar calado diante de uma atitude que eu não acho correta. Na minha carreira nunca fiz isso de não respeitar ninguém e não vai ser agora. Que fique claro, o que aconteceu foi porque não teve diálogo. Quando aconteceu o fato no treinamento eu falei com o Naylhor que não era desrespeito, não menosprezei ninguém, mas era uma situação que vinha acontecendo e ele entendeu. Não arrumei tumulto nenhum, os jogadores entenderam, alguns foram pegos de surpresa. Então deixo claro aqui para todos, não vou arrumar tumulto. Tenho uma situação ainda de doping para ser resolvida, uma situação complicada e que eu consigo diferenciar. Quero deixar claro para os torcedores, não estou aqui para arrumar tumulto.
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