O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, pediu nesta quarta-feira ao Congresso e à Casa Branca para que reduzam o déficit recorde dos Estados Unidos. Segundo Bernanke, não fazer isso pode corroer a confiança dos consumidores na economia e as perspectivas no longo prazo.

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O presidente do Fed fez o apelo numa sessão do Congresso, onde foi apresentar sua visão da atual conjuntura econômica, dominada recentemente pela crise do setor automotivo e por sinais incipientes de recuperação. As declarações de Bernanke vêm a público em momentos de uma crescente preocupação quanto ao endividamento dos EUA tanto dentro, quanto fora do país.

– Manter a confiança dos mercados financeiros exige que comecemos a planejar a restauração do equilíbrio fiscal – disse o presidente do Fed diante do Comitê Orçamentário da Câmara de Representantes.

A Casa Branca prevê que o déficit fiscal alcance os US$ 1,8 trilhão neste ano, cifra mais de quatro vezes maior do que o recorde registrado em 2008. A recessão americana agravou as contas públicas devido à menor arrecadação de impostos e a mais gastos do Governo, que destinou bilhões de dólares ao resgate do setor financeiro.

Para Bernanke, essa intervenção pública era “necessária e apropriada” para fazer frente à pior crise financeira desde 1930, apesar de ter agravado o déficit do país. O forte endividamento dos EUA contribuiu para alimentar o temor nos mercados quanto a um possível corte na qualificação da dívida soberana do país (AAA, o nível máximo), o que pressionou o dólar em baixa nos mercados internacionais.

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A Casa Branca assegurou no final de maio que não está preocupada com essa possibilidade e insiste em que o objetivo do presidente americano, Barack Obama, é impulsionar um plano de recuperação que crie postos de trabalho e recupere a economia. Mesmo assim, a nova Administração reconhece que é necessário resolver o problema fiscal do país para o médio e longo prazo.