O presidente do Criciúma, Antenor Angeloni, convocou uma entrevista coletiva na tarde de ontem sem especificar o tema que seria abordado. Se soube na hora que o mandatário julgava necessário vir a público para falar sobre o momento ruim da equipe, que ocupa a 17ª posição do Campeonato Brasileiro, com três pontos em quatro partidas. Como de costume, Angeloni falou com sinceridade e sem papas na língua. Confira os principais temas abordados na entrevista.

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Motivo da coletiva

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Não sei nem o que vou dizer aqui. Nem preparado estou. Mas sinto que neste momento eu, como comandante, tenho que falar alguma coisa. Aconteceu uma coisa muito fora do comum, mas aconteceu uma desgraça no domingo passado (goleada para o Botafogo) e eu fiquei nocauteado. A gente levanta, dorme e, quando acorda, não sabe nem realmente o que está acontecendo.

Reforços

Temos conversas com gente boa, que conhece o Brasil e a América do Sul. Vamos montar um time forte para enfrentar a Série A. Desde o começo eu venho dizendo que precisamos de um para defender, um para distribuir e um para fazer gol. E ainda não achamos esse pessoal. Talvez um goleiro chegue até a semana que vem. Mas aquele jogador que a gente quer e precisa vem de fora e só pode jogar depois da Copa. M minha esperança está para depois do Mundial. Vamos montar um time forte para enfrentar a Série A.

Elenco e rendimento até a Copa

Se a gente terminar com nove pontos até a Copa, considero uma boa situação. No domingo enfrentamos o Inter, líder do campeonato. Não é fácil ganhar deles, mas temos um espírito no nosso plantel, que está ótimo. E depois chega informação que tem chope, balada. Mas vou fazer o que? Isso ninguém consegue segurar em jogador de futebol. A gente está cuidando e refazendo as pessoas.

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Protestos da torcida

O que pode acontecer de pior para o clube é a torcida perder a cabeça. É a preocupação do nosso advogado, que fez um pronunciamento. Temos que tomar cuidados. Se alguém jogar alguma coisa em juiz e bandeirinha, vamos levar punição. Olha o Figueirense, está com zero pontos porque não pode jogar no Orlando Scarpelli. Isso que são poucos jogos. Mesmo que a gente perca e que o juiz roube, vamos ter que ter calma. Querer quebrar carro de jogador, por favor. Quem vai pagar é o clube.

Zé Carlos

O Zé Carlos quem trouxe fui eu. Se vocês soubessem como é lidar com ele… Mas tudo bem, nós somos malucos. Ele nos ajudou na Série B, nos colocou na Série A. Ele tinha uns 94 quilos. Com esse relacionamento que ele tem na cidade, nunca vi. Causa inveja a qualquer homem, tem mulher para tudo que é lado, toma vinho. A gente tem que sentar e conversar com ele. E ele é doido para vir para cá. Aqui é um paraíso e temos mulheres maravilhosas. Ele tem que dizer que não vai tomar amarelo como antes para não jogar em certos lugares. Tem um e outro na mira, mas trazer não é certo, não.

Treinos fechados

Eu até vou perguntar para eles por que fizeram isso. Eu soube pela imprensa. Acho que é por causa do momento conturbado, pela pressão da torcida. Por isso fecharam. Esse não é o procedimento do Criciúma.

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Dívida do Palmeiras

O Palmeiras não pagou e não sei se vai pagar. A gente tinha vencido na Justiça e parece que apareceu um desembargador palmeirense que disse que o Palmeiras não podia ser pressionado assim. Veja só, uma decisão dessa. Sou obrigado a respeitar porque é uma decisão da Justiça. Para a gente foi horrível. Eles vão pagar do jeito deles. Quer dizer que não vamos receber. Deixa, R$ 20 milhões não é nada.

Contas do Criciúma

Dizem que eu uso o Criciúma para ganhar dinheiro. Meu Deus, vou ficar com rico com o Criciúma? Quando em 76 anos de história o Criciúma tinha dinheiro em caixa? Eu vou deixar dinheiro em caixa para o Criciúma. Se eu ganhar dinheiro, bom para mim e para o clube. Mas quando vamos ganhar dinheiro, se não tem a perspectiva de vender ninguém? Nós temos o Bruno Lopes que é uma das poucas esperanças. Mas não vamos sacrificar o rapaz que tem um futuro, que foi convocado para a Seleção Brasileira (de base). Tenho certeza que vamos terminar o ano sem déficit. O futebol é administrado como qualquer empresa. Temos que saber quanto vamos gastar e recolher. A dificuldade de recolher dinheiro é muito grande, temos um orçamento equilibrado.