O novo presidente de Mianmar, Htin Kyaw, homem de confiança de Aung San Suu Kyi, foi empossado nesta quarta-feira pelo Parlamento em Naypyidaw, em um ato que marca o início de uma nova era para este país que passou décadas sob o regime militar.

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“Prometo ser fiel ao povo da república birmanesa”, declarou Htin Kyaw, 69 anos, que será o dublê da prêmio Nobel da Paz na direção do país.

Intelectual e fiel companheiro de Aung San Suu Kyi, o novo presidente – o primeiro civil em décadas – terá a missão de promover grandes reformas, começando pela educação e a saúde, arruinadas, assim como a maioria dos serviços públicos. Além disso, várias zonas fronteiriças do país se encontram em guerra civil.

O novo governo deverá lidar ainda com o grande poder dos militares, que conservam três ministérios-chave (Interior, Defesa e Fronteiras) e 25% dos assentos no Parlamento.

Aung San Suu Kyi não pode se candidatar porque a Constituição proíbe o acesso à presidência de quem tenha filhos de nacionalidade estrangeira, o que é o caso dela, que tem dois filhos britânicos.

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A Prêmio Nobel da Paz será a ministra das Relações Exteriores do novo governo, vencedor das legislativas históricas de novembro passado, quando os birmaneses participaram em massa.

Filha do general Aung San, herói da independência assassinado em 1947, Aung San Suu Kyi goza de uma imensa popularidade neste país pobre de 51 milhões de habitantes, onde esteve durante anos sob prisão domiciliar.

Ela comandou a dissidência de casa e acabou vitoriosa com a auto-dissolução da junta e o estabelecimento de um governo semi-civil em 2011, o que permitiu a libertação de centenas de presos políticos, liberdade de imprensa e abertura econômica.

bur-tib/lr