Presidente da ONG Agir Cultural, de São José, aborda a participação popular

A postura passiva e cordial do brasileiro, enunciada pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda, vêm sofrendo uma transformação constante na sociedade brasileira. Desde a Constituição de 1988, passando pelo Estatuto das Cidades de 2001, o Brasil criou um ambiente adequado para a participação da sociedade civil, não apenas como recebedora de benefícios de um Estado paternalista, mas como possuidora

de direitos, dentre eles a fiscalização e a participação na gestão pública.

Nesse sentido, a Rede de Observatório Sociais é um celeiro de boas iniciativas e ideias que causam um choque por onde passam. O primeiro foi fundado em Maringá,

em 2006; e em 2011 foi fundado o Observatório Social de São José (OSSJ). Atualmente existem 60 em todo o Brasil, sendo que a iniciativa foi premiada pela ONU em 2008.

Em São José o OSSJ tem sido um marco para a sociedade, focado no controle da sociedade civil, nos gastos públicos e conseguindo fiscalizar R$ 19 milhões gastos pela administração municipal. A primeira prestação de contas do observatório de São José foi muito além de apresentar as deficiências do executivo e legislativo, e fez proposições concisas que podem mudar o panorama do município no curto prazo.

Propostas como o diário oficial do município e uma maior transparência na tramitação de leis na Câmara de Vereadores foram apresentadas diretamente para a prefeita eleita

e para o presidente da Câmara e ambos se comprometeram com as causas e já começaram a trabalhar nesse sentido.

Mesmo com uma história recente, o observatório de São José demonstrou ser um braço forte da sociedade josefense. Sua importância deve sempre ser ressaltada, assim como

a necessidade de um envolvimento cada vez maior de cidadãos e entidades representativas, de forma que essa organização continue fiscalizando o dinheiro público.

Afinal de contas, não basta reclamar dos impostos, é preciso cobrar a aplicação deles.

O Observatório Social é um excelente caminho para exercer essa postura cidadã. Com iniciativas como essa, o josefense se afasta do brasileiro pacato de outros tempos e faz valer seus direitos de cidadão com consciência.