Chegamos à era da computação cognitiva, mediante apuração e interpretação de dados. Isto vai modificar a relação de convivência e o mundo empresarial. Os negócios da cadeia produtiva da saúde serão transformados radicalmente em pouco tempo por causa de novas tecnologias. Estes são os pensamentos do presidente da IBM Brasil, Rodrigo Kede.
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– A gestão de dados vai mudar o jogo para as empresas. Um exemplo: um banco poderá detectar fraude antes mesmo que ela aconteça. Parece ficção científica? Vai acontecer – anuncia o executivo.
Kede ressaltou ainda que Joinville é um mercado importante para a IBM quando esteve na cidade no dia 17 de outubro. Para o executivo, o município se enquadra no perfil de cidade ideal para se fazer análises preditivas.
Ele tem 41 anos e é casado. Carioca, mora em São Paulo. É engenheiro mecânico, com MBA em finanças. Ao longo dos 20 anos de trabalho, atua há 16 na área financeira. Assumiu a presidência da IBM Brasil em julho do ano passado.
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SEMPRE DIFERENTE
– Crescimento profissional e zona de conforto são incompatíveis, não coexistem. É preciso ter mente aberta e fazer coisas diferentes. Sempre aceitei desafios novos. Assim, sempre se aprende. Não há o inevitável. A gente consegue mudar as coisas e fazer com que aconteçam.
ERROS E CERTEZAS
– É fundamental fazer a coisa certa. Mas, às vezes, é preciso confrontar. Reconheça o erro imediatamente. E nunca tome decisões quando está irritado. A intuição é poderosa e deve ser seguida. Conheça-se. Entenda qual é a sua prioridade. Tenha vários mentores – não importa a idade deles.
VIDA EXECUTIVA
– Há sacrifícios na vida executiva. Trabalho demais, mas isso não quer dizer que abro mão da vida pessoal. Porque a família e a saúde vêm em primeiro lugar. Você muda de emprego porque não gosta do que faz – ou da empresa onde trabalha. E não por causa do chefe.
DNA DA IBM
– A IBM tem 102 anos de atuação no mundo. No Brasil, está há 96 anos. O nosso DNA é a invenção, a inovação. A IBM investe US$ 7 bilhões em pesquisa e desenvolvimento científico. O progresso virá pela tecnologia, é claro.
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DIVERSÃO DE TERNO
– O trabalho tem de ser divertido, mas com disciplina e baseado em fatos concretos. Se eu não trabalhasse com tecnologia, teria vontade de ser médico. Se não, gostaria de ser garoto-propaganda da Mormaii – a empresa que fábrica itens de surfe, de Garopaba, no Sul de Santa Catarina.
ONDAS E INOVAÇÕES
– A cada 30, 40 anos, surge uma nova onda disruptiva. Vivemos mais uma. Só para lembrar: a IBM fez o relógio-ponto e a máquina de escrever. Tivemos a era da tabulação (da contagem de dados). Depois, a da programação. E a IBM partiu para o ciclo de inovações. Inventou o código de barras e a cirurgia a laser. Em 1980, criou o computador pessoal. A IBM tem quatro prêmios Nobel.
CAPTAR EMOÇÕES
– O computador deve ter a capacidade de entender o sentimento, o desejo das pessoas. Fizemos isso na Copa das Confederações de Futebol, com 1,5 milhão de torcedores, captando-lhes as emoções. Imagina isso transposto para as eleições presidenciais de 2014: o poder que este tipo de informação terá na formulação de estratégias de campanhas.
MOMENTO ATUAL
– Entramos na era da computação cognitiva. É o novo nome dado à inteligência artificial, mediante utilização de sistemas que simulam atividades do cérebro humano. A tecnologia baseada na captação e interpretação de dados é que vai revolucionar os negócios no mundo. Por exemplo: a IBM está ajudando a viabilizar o sequenciamento do DNA.
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PREVER O FUTURO
– Trabalhamos na formatação de tecno-logias capazes de prever o futuro. O melhor exemplo é o do centro de operações no Rio de Janeiro. A partir dele, é possível avisar com antecedência sobre catástrofes climáticas. A IBM trabalha ainda para a polícia de Nova York. O cruzamento de informações sobre perfis comportamentais permite saber, com boa probabilidade, onde podem ocorrer crimes.
TRANSFORMAÇÃO
– Dez por cento do PIB mundial (que é de US$ 6 trilhões) provêm de negócios da complexa cadeia produtiva relacionada à saúde. Esta indústria sofrerá a maior transformação. Vai mudar da água para o vinho. A tecnologia empregada é cara? É, sim. Mas vai se pagar rapidamente, por causa da previsível adesão em grande escala às novidades, que virão.
O BRASIL
– O Brasil tem problemas em questões essenciais: falta de infraestrutura, com logística ruim; deficiente educação no ensino básico, a dificultar a produtividade. E é preciso revisar valores, ética e atitudes.
JOINVILLE É IDEAL
– Joinville é do tamanho ideal para a IBM aplicar suas técnicas e ciência para melhorar a qualidade de vida nas cidades. É grande o suficiente para ter problemas e não grande demais a ponto de não ter mais solução. Ter escritório local, estar fisicamente presente, é importante para nós. Basta um dado: mais da metade das receitas do grupo vem de negócios com empresas médias. Das dez maiores empresas da região de Joinville, nove são clientes da IBM.
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