O déficit mensal do Hospital Pequeno Anjo, em Itajaí, é de R$ 600 mil e com isso lideranças discutem maneiras de salvar a instituição. O presidente da Fundação Univali, que administra a unidade de saúde, Mário Cesar dos Santos, opina sobre o caso:
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Depois de suportar, quase solitariamente e com enorme sacrifício financeiro, a onerosa manutenção do Hospital Universitário Pequeno Anjo, em Itajaí, ao longo de uma década (2002/2012), a realidade presente não se sustenta mais com discurso e promessa. Embora tenhamos contado, nesse tempo, com a solidariedade da comunidade regional, sua contribuição sempre foi importante, porém incapaz de minimizar o déficit que, sem nenhum sinal de reversão à frente, obriga-nos a endurecer posturas e a demandar das autoridades públicas um pacto coletivo em prol da viabilização financeira do hospital infantil.
Nossa defesa sempre ardorosa da causa da saúde infantil alcançou uma situação-limite, tornando inadiável uma solução que ofereça equilíbrio orçamentário à gestão da unidade hospitalar, sob pena de comprometermos a qualidade de nossa atividade-fim, que está expressa na tríade ensino-pesquisa-extensão.
O interesse primordial da Fundação Univali no Hospital Universitário Pequeno Anjo sempre foi o de tê-lo como hospital-escola, onde seja possível conciliar parte da necessidade acadêmica das práticas profissionais e da pesquisa científica com a responsabilidade social na prestação de serviços à comunidade.
No entanto, quando constamos que a unidade torna-se um hospital-problema sob o ponto de vista financeiro, apesar de todos os esforços de governança administrativa; e quando sua realidade deficitária reduz, de maneira substancial, a capacidade de investimento da Fundação nas atividades de ensino, pesquisa e extensão, não vemos outra medida possível senão o fechamento do pronto-socorro e o corte em 50% nos atendimentos aos usuários do SUS.
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Por isso, enquanto não há o compromisso formal de prefeituras, Estado e União no compartilhamento de responsabilidades, mantemos o dia 30 de junho como data limite para a solução do problema – um prazo que, esperamos, inaugure um novo modelo de corresponsabilização de um dever que, sendo constitucionalmente do Estado, não nos cabe assumir heroicamente a quase totalidade de seus custos, sozinhos.
Mário Cesar dos Santos, presidente da Fundação Universidade do Vale do Itajaí
Uma reunião na próxima quarta-feira com representantes da prefeitura de Itajaí, Secretaria de Desenvolvimento Regional, governo do Estado e Fundação Univali, que administra o Hospital Pequeno Anjo, vai apresentar as possibilidades da unidade receber recursos federais, por meio de programas e convênios.