Um embate entre a Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) e árbitros da Federação Catarinense de Atletismo (FCA) causou o adiamento das provas de atletismo e da Bocha paralímpica nos Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (Parajasc), na quarta-feira (29). Sem árbitros para as disputas, mais de 800 atletas deixaram de participar e agora aguardam uma definição da nova data para competir.
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A competição aconteceria no Complexo Esportivo de Timbó. O motivo do adiamento foi um impasse entre a organizadora dos Jogos e os árbitros, que alegam receber uma remuneração abaixo do requisitado para a competição e por isso muitos deles resolveram não atuar. Na bocha, apenas quatro árbitros estavam disponíveis para a competição que tinha 76 inscritos, sem coordenador técnico para gerenciar a equipe de arbitragem.
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Em entrevista à CBN Joinville, o presidente da Fesporte, Freibergue Nascimento, lamentou o fato e explicou o ocorrido.
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— É um fato lastimável que entristeceu muito a Fesporte, paratletas e familiares. Foi algo pontual com a Federação Catarinense de Atletismo que não disponibilizou os árbitros conforme vinha fazendo há anos. Na segunda-feira, a Fesporte recebeu um documento da Federação dizendo que não tinha conseguido os árbitros necessários para a competição e isso causou uma surpresa, apenas essa demanda não foi atendida, que é o pagamento para o deslocamento — disse.
Ainda, o presidente disse que houve manipulação por conta da Federação.
— Na terça-feira, me reuni com o conselheiro e o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva para intermediar isso. Na minha presença, e do presidente da Justiça Desportiva, foi dito que, independente das ofertas que foram feitas, o objetivo era prejudicar o Parajasc. Isso nos deixou atônitos, não tinha motivo para tanto. Pagamos R$ 240 a diária. Remuneramos muito bem. Nossos atletas não merecem esse tipo de tratamento — disparou Freibergue Nascimento.
— Mesmo assim, buscamos mais árbitros. Conseguimos árbitros de Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas as lideranças dos árbitros persuadiram os profissionais a não comparecerem. Na sexta-feira (24), tinha dois ônibus disponíveis para trazer os árbitros do RS, e no momento do embarque, desistiram por represália — afirmou.
Questionado sobre o andamento das competições adiadas, o presidente da Fesporte afirmou que espera realizar nos próximos 30 dias.
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O que diz a Federação Catarinense de Atletismo
Em nota, a Federação Catarinense de Atletismo (FCA) afirmou que pediu ajustes na forma de remuneração, pagamento de deslocamento e alimentação, e que isso não foi atendido. Ainda, afirmou que, após consulta com os árbitros, apenas três se puseram disponíveis. Confira a nota na íntegra:
A Federação Catarinense de Atletismo – FCA, única representante da modalidade no estado de Santa Catarina vem a público esclarecer que dispõe de quadro de árbitros qualificados, treinados e atualizados, aptos a conduzir quaisquer competições de atletismo, inclusive e principalmente no âmbito do paradesporto.
É certo que ao longo dos mais de 45 anos de existência da FCA foi estabelecida uma excelente parceria com a FESPORTE, porém a situação vem se degradando nos últimos três anos, o que nos levou a buscar por diversas vezes o comando da fesporte para buscar alternativas que atendam as imposições legais e também garantam remuneração digna aos profissionais. Por tal motivo o quadro de árbitros solicitou que a FCA novamente intermediasse melhores condições de trabalho, no qual não fomos atendidos.
Recentemente estivemos reunidos com o comando da FESPORTE e reiteramos a necessidade de ajustes na forma de remuneração, pagamento de deslocamento e alimentação, e novamente não fomos atendidos.
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Infelizmente após consultarmos nossos árbitros, apenas três deles se dispuseram a atuar na etapa estadual do PARAJASC em Blumenau e por tal motivo comunicamos formalmente a FESPORTE que não havia equipe de arbitragem a ser indicada pela FCA.
Lamentamos a existência de qualquer problema que possa dificultar a realização do evento desportivo no Estado mas buscamos em mais de uma oportunidade e esgotamos os meios disponíveis para solucionar a matéria.
*Sob supervisão de Luana Amorim
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