No primeiro dia de funcionamento da sala de segurança, no Senado, para acesso a documentos de operações da Polícia Federal, integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira reclamaram das condições de pesquisa aos dados do inquérito que investiga a atuação do empresário de jogos ilícitos Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

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Na quinta-feira, o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), mandou adaptar uma sala de 15 metros quadrados, com três computadores e câmeras de segurança para tentar impedir o vazamento de dados.

– Em nome do sigilo, estamos criando um ambiente de constrangimento ao parlamentar. Imagine se todo funcionário do Poder Público tivesse que passar por essa situação para trabalhar – disse o deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), o terceiro a chegar à sala, a qual classificou de “sala da verdade”.

Pitiman reclamou que a maior dificuldade é não poder levar um técnico para ajudá-lo a interpretar as informações.

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– Não dá para trazer qualquer tipo de assessoramento técnico e isso torna o trabalho menos eficiente – destacou.

Nos computadores da CPMI, estavam apenas a informações referentes ao inquérito da Operação Vegas, fornecidos na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal. Dados do inquérito da Operação Monte Carlo chegaram ao Senado na tarde desta segunda-feira. Segundo Vital do Rêgo, as reclamações sobre a estrutura da sala chegaram a ele com atraso.

– As reclamações vieram muito posteriores ao processo de aperfeiçoamento desse processo. Estamos tentando encontrar um modelo novo de acesso a documentos sigilosos – disse o presidente da CPMI à Rádio Gaúcha, afirmando ainda que a presença de assessores de parlamentares no local está sendo estudada.

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Já a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra a concessão de habeas corpus a Cachoeira, pedido pela defesa do bicheiro. A intenção do contraventor é comparecer à CPI fora da condição de presidiário.

A CPMI investiga as ligações de Cachoeira com agentes públicos e privados. Ele está preso sob suspeita de envolvimento em jogos ilegais e de comandar uma rede de influência envolvendo políticos e administradores públicos.

Após ter aprovado a quebra de sigilos bancário, telefônico e fiscal de Cachoeira, a comissão pediu na semana passada ao Banco Central as informações bancárias dele. Esses dados ainda não chegaram aos computadores da CPMI. O pedido de quebra de sigilo abrange as movimentações bancárias de Cachoeira desde 2002.

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Além do pedido de quebra de sigilo, a comissão marcou o depoimento de Carlinhos Cachoeira para o próximo dia 15. Também foi aprovada a convocação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), suspeito de ligações estreitas com o esquema liderado por Cachoeira. O depoimento de Demóstenes foi agendado para o dia 31.