O presidente da Companhia Costa Cruzeiros, Pier Luigi Foschi, responsável pelo navio Costa Concordia, que naufragou na costa da Itália há 13 dias, disse que o capitão da embarcação, Francesco Schettino, “enganou” a empresa ao prestar informações.
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Segundo ele, os dados preliminares de Schettino não permitiam à companhia observar a gravidade do fato. O navio naufragou na costa da Toscana, no dia 13, com 4,5 mil pessoas a bordo. Pelo menos 16 pessoas morreram e 16 estão desaparecidas. O capitão foi acusado de homicídios múltiplos e abandono de posto antes do fim da retirada dos passageiros e membros da tripulação.
Diálogos
Foschi forneceu um levantamento detalhado dos diálogos de Schettino com Roberto Ferrarini, chefe da unidade de crise da Costa Cruzeiros, que faz parte da empresa americana Carnival Corp. O presidente da Costa Cruzeiros disse que Ferrarini recebeu a primeira ligação de Schettino às 21h57min (hora local), quase 10 minutos depois de o navio colidir com um rochedo.
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– Schettino disse que tinha um grande problema a bordo. Ele disse a Ferrarini que tinha batido em uma rocha e que não tinha mais eletricidade no navio. O capitão disse que somente uma das câmaras de ar tinha sido inundada – disse Foschi.
De acordo com o presidente da Companhia Costa Cruzeiros, em um segundo telefonema Schettino informou às 22h06min que uma segunda câmara estava cheia de água, mas que ‘a estabilidade do navio não estava em perigo’. O comandante ‘estava muito calmo e disse que a situação estava sob controle’, completou Foschi.
Mas, às 22h33min, Schettino declarou que ‘o navio se inclinava cada vez mais’ e às 22h35min ele disse a Ferrarini que o Concordia seria abandonado.
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– Ferrarini disse ter ficado surpreso com a decisão de [Schettino] abandonar o navio – disse Foschi.
Buscas continuam
As operações de busca por desaparecidos e de retirada do combustível no navio Costa Concordia foram retomadas nesta quinta-feira de manhã, depois de suspensas devido ao mau tempo.
*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI