O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minoria da Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), protocolou nesta sexta-feira mais um pedido de abertura de processo de cassação, por quebra de decoro parlamentar, do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A denúncia é sobre a homenagem que Bolsonaro fez ao torturador Carlos Brilhante Ustra, durante a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
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Sob a mesma alegação, outros dois pedidos já foram protocolados na mesa diretora da Casa contra o parlamentar, do Partido Verde (PV) e da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro. Nesta semana, cinco partidos políticos e o Instituto Vladimir Herzog protocolaram na Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação contra Bolsonaro, em que pedem a apuração de responsabilidade criminal, civil e administrativa.
— Perderam em 1964, perderam agora em 2016 — disse Bolsonaro no início de sua fala, fazendo uma referência ao golpe militar.
— Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, o meu voto é sim — finalizou ao anunciar o seu voto a favor do impedimento da presidente da República.
Entre 1970 e 1974, o coronel Brilhante Ustra foi chefe, em São Paulo, do DOI-Codi do II Exército, órgão de repressão política tido como um dos mais cruéis durante a ditadura no Brasil. Nesse período, a então militante política Dilma Rousseff esteve presa na capital paulista. Ustra, denunciado por perseguições, torturas e assassinatos de opositores ao golpe de 64, foi declarado torturador pela Justiça.
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