Colaborador do clube em todos os sentidos desde a fundação, Plínio David De Nes Filho foi um dos “cardeais” da Chapecoense e até auxiliado financeiramente nos momentos de maior dificuldade. De presidente do Conselho Deliberativo, foi o escolhido para comandar a reconstrução da Chapecoense. A primeira missão foi contratar o técnico Vagner Mancini e o diretor executivo Rui Costa. Passou pela oscilação no início do Catarinense, os jogos no começo de uma Libertadores histórica e celebrou a conquista da Taça Sandro Pallaoro, um pedido especial seu, pela proximidade com o ex-presidente. A relação com o colega que estava na viagem que não terminou em 29 de novembro foi primordial para a manutenção do DNA da Chape: da diretoria ao perfil dos jogadores, adaptado ao novo momento, que prevê a internacionalização do clube. No meio de tudo isso, a sexta estrela do Catarinense é uma das prioridades.

Continua depois da publicidade

RECONSTRUÇÃO

Após a queda do avião em 29 de novembro passado, a Chape teve de remontar todo o plantel. Tudo em praticamente 30 dias. Passados quase cinco meses de trabalho, o Verdão chegou à final.

– Quando contratamos o Mancini e o Rui Costa, nós sabíamos da qualidade de trabalho que eles tinham. Chamamos também o Nivaldo e o Maringá, que já tinham vínculo com o clube e promovemos o retorno do preparador físico Marquinhos (Marcos Cézar), que era um profissional de qualidade e que era daqui. No dia 4 de janeiro, sentei com o Rui Costa e tínhamos só três jogadores. Era para chegar mais um até o dia 6. E outros 15 estavam alinhados, mas faltava muito diálogo com as equipes. Nós identificamos caso por caso para trazermos atletas comprometidos com o clube. Todos os jogadores que trouxemos queriam vir. E eles se dedicaram ao máximo para conseguirmos os objetivos: estar na final do Catarinense e na Recopa ter uma atuação para nos posicionarmos como um eventual campeão.

Continua depois da publicidade

ORGANIZAÇÃO

Foi como partir quase do zero. A estrutura física estava pronta, mas faltava muita gente para atuar nela. Por mais que quisesse, Plínio De Nes não teria braço o bastante para fazer sozinho a reconstrução. Além disso, o crescimento pelas circunstâncias também obrigavam confiança. Funções foram delegadas e a harmonia restabelecida.

– Dirigir um clube como a Chapecoense, depois do que aconteceu, é muito difícil. Por tudo que vivi com as pessoas, jogadores, dirigentes, com quem tínhamos uma relação de amizade. Mas encarei a presidência como uma missão. Hoje temos uma organização em que cada área tem poder de decisão dentro de uma faixa de valores e limite. Diria que neste instante a Chapecoense vive um bom momento, de harmonia. Também tivemos que nos adaptar ao crescimento do clube – diz.

LIDAR COM A PERDA

Um dos pontos de “virada” no Estadual ocorreu na segunda metade do turno, quando as oscilações acabaram. A equipe engrenou uma sequência positiva e ficou evidente que a carga emocional não pesava tanto. O presidente identificou que havia abatimento em virtude da relação com o time anterior.

Continua depois da publicidade

– Senti que havia um abatimento no clube. Refizemos a montagem do vestiário e trabalhamos uma nova comunicação com os jogadores, para que não houvesse comparação. Sempre vamos homenageá-los e não vamos deixar de reconhecer os que nos deixaram. Mas agora eles são os nossos jogadores e temos que apoiá-los – conta.

Uma forma de manter viva a lembrança e fazer com que o ocorrido servisse de motivação foi o incentivo para que a Chape conquistasse o returno e, consequentemente, levasse para Chapecó a Taça Sandro Pallaoro.

— Teve esse pedido pela importância da taça, por tudo o que ela representa. Leva o nome de um presidente vitorioso e que representa também outras pessoas vitoriosas. A conquista foi para que pudéssemos homenageá-los.

Continua depois da publicidade

PÉS NO CHÃO

O DNA do clube previa a política de não gastar mais dos que arrecada. A manutenção desta forma de gestão persiste.

– Isso é uma coisa que implantamos em 2010 e vamos dar continuidade. Nunca iremos gastar mais do que pudermos. Nossa folha atualmente está em R$ 2 milhões e temos espaço para aumentá-la conforme a necessidade, podendo chegar a R$ 2,8 milhões, R$ 3 milhões.

MAIS UM

Dos cinco títulos catarinenses na galeria do Verdão, Plínio de Nês só não teve envolvimento com o de 2007. Participou dos outros de diferentes maneiras. O de 2017, porém, tem sabor especial pelo momento do clube.

Continua depois da publicidade

– Agora o nosso objetivo é sermos campeões. O adversário é de qualidade, mas nós temos a decisão em casa. Do Campeonato Catarinense fui campeão em 1977, quando o presidente era o Arthur Badalotti, depois em 1996, 2011 e 2016. Este tem um sabor especial. Os times de Santa Catarina têm no Estadual uma coisa especial – destaca.

Leia mais notícias sobre a Chapecoense