O retumbante fracasso diante da Bolívia nesta quarta abalou as convicções sobre o trabalho de Luiz Felipe (foto) no comando da Seleção. No Rio e em São Paulo, crescem a cada dia rumores sobre a possibilidade de a comissão técnica ser alterada no próximo ano, independente da classificação ou não ao Mundial de 2002. E o atual treinador do Inter, Carlos Alberto Parreira, aparece como o nome preferido da crônica esportiva do centro do país para o cargo. Tetracampeão mundial na Copa de 1994, Parreira já afirmou que não seguirá no Beira-Rio no próximo ano, alimentando ainda mais as especulações. O desconforto pela derrota por 3 a 1 contra os bolivianos não pôde ser disfarçado no desembarque da delegação nesta quinta, no Rio de Janeiro. O presidente interino da CBF, Alfredo Nunes, acompanhado do secretário-geral Marco Antônio Teixeira, não poupou críticas a Felipão: segundo Nunes, o desempenho brasileiro em La Paz “foi irreconhecível”. O dirigente ainda afirmou que Luiz Felipe “não teve coragem de substituir Rivaldo”. Não é o primeiro ataque contra Felipão proveniente da própria CBF. Após a derrota para a Argentina nas Eliminatórias, Marco Antônio Teixeira já havia responsabilizado publicamente o técnico. Descontadas as opiniões, a campanha de Luiz Felipe não é muito abonadora, de fato: em nove jogos oficiais, válidos pelas Eliminatórias e pela Copa América, foram cinco derrotas e quatro vitórias. E, entre estas derrotas, está um fato difícil de esquecer: a eliminação da Copa América pela inexpressiva Honduras.

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