O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), esteve nesta quinta-feira na Casa d’Agronômica, em Florianópolis, onde se reuniu com o governador Raimundo Colombo (PSD) para tratar da reforma da Previdência. O encontro foi o primeiro de uma série de reuniões que o deputado federal pretende fazer pelo país, conversando com os governadores e com lideranças partidárias de cada região.
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A passagem por Santa Catarina também teve conversas com dirigentes do PR e do PP. Na visita a Colombo, Maia defendeu a urgência em aprovar a reforma e inclusive acertou com o governador catarinense ajuda para promover um encontro ampliado com outros chefes de Executivo estadual nas próximas semanas.
— A gente sabe que a reforma é um tema urgente, fundamental e difícil. Cheguei à conclusão que deveria dialogar com os governadores para ter uma agenda que inclua a Previdência mas inclua outros temas também. O objetivo é ajudar estados e a União a construir soluções para, com menos despesas, ter mais receitas para investimentos. Tem Previdência e tem também Cadastro Positivio, finanças públicas e mais assuntos que vão interessar os estados. Se a agenda econômica avança, o reflexo atinge a todos — declarou.
O governador Colombo apoiou a iniciativa, lembrando que Santa Catarina já começou a reforma da previdência estadual, o que na avaliação do governo foi fundamental para o equilíbrio das contas públicas do Estado.
— Temos que ter a coragem, mesmo que impopular, de enfrentar os problemas que estão prejudicando o desenvolvimento do país. O desequilíbrio fiscal é um dos problemas mais graves que temos agora e precisa ser enfrentado — disse.
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O deputado federal Heráclito Fortes (PSB) e o ex-senador Jorge Bornhausen também acompanharam o encontro desta quinta. O próximo governador que deve ser visitado por Maia é o de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).
Confira entrevista com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM):
O senhor acha possível aprovar a reforma da Previdência em 2018?
A gente sabe que é ano eleitoral. Se pensar um ano atrás, se estivesse discutindo votar a Previdência em 2018, todo mundo ia apostar que era impossível. A gente sabe que é difícil, mas a reforma é tão urgente, tão necessária. A gente vê a capacidade de investimento da União indo quase a zero, isso prejudica muito as famílias. Nosso trabalho de hoje até 19 de fevereiro (data prevista para a votação) tem de ser para construir condições de aprovação.
Qual o clima entre os deputados?
Não há consenso, é um trabalho árduo. É difícil ter votos para aprovar a reforma em 2018, mas como eu disse, qual o impacto da não votação em uma economia que já se recupera? Aquilo que foi herdado em 2016, com desemprego em 14% e inflação fora do controle, isso tudo foi recuperado. O desemprego está caindo e tem chance de ficar abaixo de dois dígitos no fim do ano e a inflação está abaixo da meta. Mas se a reforma não for aprovada volta para aquele caminho que a Dilma deixou, de economia em profunda recessão.
Além de votos para a Previdência, o senhor conta votos para a presidência?
Não, isso não (risos). Recesso é assim, tem pouco assunto e aí criam assunto. Estou cuidando da Previdência, não vou parar meu trabalho por um assunto que eu sei que só estará na ordem do dia a partir de abril, com prazo final das novas filiações e políticos deixando os cargos para concorrer. Antecipar o debate é tirar o foco fundamental para o Brasil, que é o da reforma da Previdência.
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Mas já se coloca como pré-candidato, à disposição do país?
Não é questão de estar à disposição ou não estar. É uma coisa que cabe ao partido, às pessoas que acreditam em algum projeto. Mas acredito que em abril que isso será discutido. Vejo as manchetes dos jornais com foco errado, com foco no processo eleitoral que vai começar mais na frente. Vamos pegar janeiro e fevereiro para aprovar a reforma, essa é a prioridade.