Em tempos de manifestações e protestos pedindo mais transparência na política, uma crítica feita ao presidente da Câmara de Vereadores de Joinville, João Carlos Gonçalves (PMDB), correu o risco de ser tirada do ar na internet após o parlamentar tentar uma liminar contra a autora do texto, a joinvilense Ana Maria Vavassori.O pedido foi negado no final do mês passado e uma audiência de conciliação está marcada para o dia 10 de setembro.
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Após fazer uma pesquisa no portal da transparência do Legislativo joinvilense, Ana Maria publicou em 29 de março uma montagem levantando os gastos que o presidente da Câmara teve com diárias para viagens, salários e verba indenizatória.
Além disso, a legenda da imagem trazia um texto de Ana criticando as despesas feitas por João Carlos no período. A imagem rapidamente ganhou popularidade na internet e, até o momento, teve quase 5 mil compartilhamentos e mais de 400 curtidas.
No processo que corre no 2° Juizado Especial Cível, João Carlos pediu a retirada preventiva da imagem do ar até que o caso tivesse uma decisão definitiva. Mas o juiz Gustavo Marcos de Farias alertou ao parlamentar sobre a veracidade das informações e disse que o compartilhamento dos dados não é ilegal, sendo prática comum nas redes sociais. O juiz ainda alerta João Carlos de que é preferível sofrer um protesto no âmbito virtual do que os vistos nas ruas do País nas últimas semanas.
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“A pretensão de liminar de proibição de exposição do pensamento da primeira ré e de dados que constam da fonte: portal da Câmara de Vereadores de Joinville, não há como ser deferida porque (…) um político deve tolerar com maior benevolência revoltas e inconformismos”, alega trecho da decisão do juiz.
A defesa de João Carlos diz que a montagem traz dados incorretos. Antes de entrar com o processo, alguns assessores seus, inclusive, discutiram com Ana Maria pela rede social. Por enquanto, o peemedebista economiza palavras sobre o caso.
– Estamos aguardando a definição do que o juiz irá decidir – resume o presidente.