Em encontro com chefes de Estado reunidos em Pequim, o presidente chinês Xi Jinping afirmou, nesta segunda-feira (15), que é contrário ao protecionismo econômico. Em 2013, Xi lançou a iniciativa Novas Rotas da Seda, um conjunto de projetos de infraestrutura para aproximar a Ásia da Europa e da África, assim como as caravanas que cruzavam a Ásia Central durante a Antiguidade.

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— A globalização enfrenta ventos contrários. Temos que buscar resultados através de uma abertura e de uma cooperação mais importantes, e rejeitar o protecionismo — disse o líder do regime comunista no segundo dia de um encontro em que participam cerca de 30 dirigentes mundiais, entre eles os presidentes russo e turco, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan.

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Frequentemente, a China é alvo de críticas dos países ocidentais, que acusam o gigante asiático de favorecer as empresas chinesas no mercado interior. O dirigente já defendeu o livre comércio e a globalização no início do ano, no Fórum Econômico de Davos (Suíça), em um momento em que o presidente Donald Trump aumentava os temores de uma deriva protecionista dos Estados Unidos.

Depois de acusar a China de roubar milhões de empregos dos Estados Unidos durante a campanha eleitoral, Trump adotou um tom menos agressivo desde a chegada à Casa Branca. O republicano anunciou, na semana passada, a assinatura de um acordo comercial com Pequim sobre a carne, o gás natural e alguns serviços financeiros.

Trump não viajou a Pequim para o encontro desta segunda-feira, para o qual também não compareceram os demais líderes do G7, com exceção do italiano Paolo Gentiloni.

Segundo uma fonte diplomática, vários países europeus — entre eles Alemanha, França, Reino Unido e Portugal — se negaram a se unir a um comunicado sobre o comércio liderado pela China, ao considerar que não ressalta o suficiente suas preocupações a respeito da transparência dos mercados públicos e de questões como a normas sociais e ambientais.

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Pequim, que tenta consolidar suas relações comerciais com o resto do mundo, está disposto a investir nas Novas Rotas da Seda. Xi anunciou, no domingo (14), durante a abertura do encontro, uma parcela de 113 bilhões de euros (US$ 123,79 bilhões) para os diferentes projetos (ferrovias, portos, parques industriais) nos quais 60 países participarão.

O Banco de Desenvolvimento da China já planeja desbloquear mais de 800 bilhões de euros para investimentos em 900 projetos. Pequim afirma que todos podem participar da iniciativa. O governo chinês também convidou à cúpula representantes de países americanos, como a presidente do Chile, Michelle Bachelet, e colega argentino, Mauricio Macri.

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*AFP