O presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, afirmou neste domingo (1) que os catalães “ganharam o direito de ter um Estado independente” da Espanha, após o referendo de autodeterminação que tentaram celebrar apesar das fortes operações policiais para impedi-lo.

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“Com esta jornada de esperança e também de sofrimento, os cidadãos da Catalunha ganhamos o direito de ter um Estado independente, que se constitua em forma de república”, afirmou, em uma apresentação com todo o seu governo, comemorando a mobilização de milhões de catalães nesta mobilização proibida pela Justiça.

Puigdemont deu estas declarações em mensagem de vídeo, gravado junto com todo o seu governo, no qual comemorou a mobilização dos catalães nesta votação proibida pela Polícia e lamentou a atuação da Polícia Nacional e da Guarda Nacional espanholas.

Agentes entraram à força em várias seções de votação para confiscar as urnas e outros materiais eleitorais, constataram jornalistas da AFP. Em alguns casos, investiram contra grupos que opuseram resistência, disparando balas de borracha, segundo algumas testemunhas.

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A Polícia tentou retirar as pessoas que impediam sua entrada nos centros de votação, empurrando-as ou arrastando-as. Vídeos publicados nas redes sociais mostram os policiais agredindo com cassetetes em alguns ativistas.

Um total de 844 pessoas receberam “assistência de saúde” após esta repressão policial, informou o governo catalão. Entre elas havia pelo menos dois feridos graves.

Diante da situação, o separatista Puigdemont lançou um apelo de ação à União Europeia.

“A União Europeia não pode mais continuar olhando para o outro lado”, afirmou. A situação na Catalunha “é um assunto de interesse europeu”.

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“Somos cidadãos europeus que sofremos a violação de direitos e liberdades”, disse, pedindo a Bruxelas que “aja com rapidez para manter a autoridade moral dentro e fora do continente”.

* AFP