Antenor Angeloni pode até dizer que não entende de futebol, o que ninguém leva em consideração ou a sério até pelos anos que está no meio. Delegar poder não significa dizer que não entende. Vive e respira o futebol 24 horas por dia sem esquecer seu lado empresarial de grande sucesso.
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Ir ao médico, ao dentista, uma boa caminhada pela manhã quando sai do escritório, tudo isso Antenor não deixa de fazer. Sua preocupação maior, entretanto, é o Criciúma. A obstinação por mantê-lo na elite do futebol brasileiro é constante.
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Entre erros e acertos na montagem do grupo, costuma dizer que estamos muito longe de nos consolidar no cenário nacional. Há uma desigualdade muito grande nas verbas que são destinadas aos clubes e não há como concorrer com os chamados grandes.
Entende também que a falta de um aeroporto à altura da região sul do Estado, um fator de dificuldade para o desenvolvimento do futebol.
Um papo com o presidente do Criciúma sempre é muito agradável e aprende-se um pouco mais. Aliás, privilégio para poucos, que este colunista tem o prazer de privar.
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DC: Presidente, podemos garantir a permanência do Tigre na Série A em 2015?
Angeloni: Meu caro, se quisermos continuar tendo futebol precisamos ficar na Série A. Avai e Joinville têm que voltar logo.
DC: A Série B não é um bom campeonato, presidente?
Antenor: É uma desgraça. Financeiramente, digo.
DC: E a ética no futebol, presidente. Não existe mais?
Antenor: Já sei, estás falando do técnico do Avaí. Deus me livre mandar tirar um profissional do Avaí ou qualquer outro clube.

DC: Quem autorizou o contato, então?
Antenor: Os atravessadores do futebol estão aí cada vez em maior número. Quando tomei conhecimento cobrei do Claudio (Gomes). Empresários, meu filho, eles estão em todos os lugares. Nunca permitiria.
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DC: E o Cleber Santana? O senhor disse que não o queria no Criciúma.
Antenor: Há quatro anos estamos procurando um dez. O melhor é o Cleber. Tentamos várias vezes, não deu. Isso estressa demais a gente. Agora houve chance com o conhecimento e participação do Avaí. Também não sei se vai dar certo.
DC: O futebol está caro, presidente?
Antenor: Olha, não há em Santa Catarina nenhum time capaz de se manter com os absurdos que estamos vendo. Se não houver uma mudança não sei como isso vai terminar.
DC: E vai mudar?
Antenor: Nada. Essas reuniões na CBF para tentar alguma coisa não dão em nada. Não vai mudar nada.
DC: Presidente, a imprensa, tem lhe incomodado muito?
Antenor: Melhorou muito. Estão todos quietinhos e nos ajudando. De vez em quando um incômodo aqui, outro ali. Faz parte.
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DC: E o novo técnico?
Antenor: Nada. Pode sair a qualquer momento, mas os homens ficaram loucos. Isso me deixa estressado. Ouvir que um técnico pediu R$ 600 mil ou mais me deixa doente.
DC: E o time?
Antenor: Achamos bom mas as vezes nos surpreende negativamente. O futebol muito, muito meu caro. Não é mais como no meu tempo do Comerciário. Nossa luta é a serie A caso contrario vamos ter incômodo.

DC: Pra finalizar, e a saúde?
Antenor: Levando… O futebol tem me consumido muito. Gosto, fazer o quê. Precisava um pouquinho mais de apoio do empresariado. Mas tá bom, vamos levando.
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