Mais da metade (52%) dos eleitores de Blumenau são mulheres. Os tempos são de movimentos feministas, disputas por direitos iguais entre os gêneros e participação cada vez mais ativa delas em cargos públicos, mas nenhuma das quase 131 mil cidadãs aptas a votar ocupa uma cadeira na Câmara de Vereadores atualmente.

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Há, porém, uma ponta de esperança igualitária no Legislativo em crescimento: na Câmara Mirim, com crianças de até 15 anos eleitas dentro das escolas para acompanhar de perto a política, 11 dos 15 representantes são meninas. Uma delas é Olga Borensztein Vilela de Oliveira, aluna do 9º ano do Colégio Bom Jesus que, aos 13 anos, ocupará uma das cadeiras. (A reportagem segue após a imagem)

Em seu primeiro ano na escola, Olga chamou a atenção dos colegas e professores com o seu discurso e foi eleita para a função. Para ela a formação feminina da Câmara é um bom sinal:

– Com o tempo a mulher vai ganhando mais espaço e coragem para fazer tudo que os homens fazem. Na Câmara Mirim tem uma ideia de igualdade, e acho que isso é um bom caminho para o futuro. Não há igualdade completa ainda, mas está chegando lá – diz a estudante, que ainda não sabe o que quer ser quando crescer, mas pensa em alguma faculdade relacionada a relações humanas.

Letícia Andressa dos Santos, da escola Estadual Nilo Borghesi, também destaca a presença feminina nesta legislatura:

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– Mais oportunidades para a mulher ser ouvida são sempre importantes – afirma a garota de 14 anos, que espera aprender mais sobre política e superar o medo de falar em público durante o ano.

Os vereadores mirins passam o ano inteiro discutindo projetos da Câmara voltados à formação política e social entre os jovens. As sessões são quinzenais e os 15 membros podem apresentar requerimentos, debater e aprovar projetos que serão encaminhados à mesa diretora da Câmara de Vereadores (a de adultos).