Uma doença que pode ser silenciosa, sem manifestações clínicas, ou dar sinais de sua presença com sintomas como dor abdominal crônica, diabetes, perda de libido, manifestações cardíacas e dores articulares fortes, entre outros.
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– Nos casos mais graves, pode haver insuficiência hepática crônica, aumento do tamanho do baço, edema dos membros inferiores e icterícia (pele e mucosas amareladas) – alerta o hematologista Wellington Morais Azevedo sobre a patologia, denominada hemocromatose.
O problema de nome esquisito é um distúrbio do metabolismo do ferro, caracterizado pelo aumento da sua absorção no intestino e pelos depósitos progressivos do mineral nos órgãos e nos tecidos, resultando em lesão e comprometimento funcional de outros órgãos, em particular o fígado, o pâncreas, o coração, as articulações e a hipófise.
Segundo Azevedo, a hemocromatose pode ser primária, quando genética ou hereditária, ou secundária a outra patologia.
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– No caso da hereditária, o paciente deve iniciar o tratamento o quanto antes. Na secundária, é preciso tentar controlar a doença de base do paciente – alerta.
De acordo com o hematologista, para entender a patologia, basta ter em mente um funcionamento básico do corpo humano. O organismo não gosta de eliminar ferro e, na maioria das vezes, tende a armazená-lo para a produção da hemoglobina, molécula responsável por levar oxigênio aos tecidos. Os indivíduos normais absorvem 1mg/dia de ferro. Os portadores de hemocromatose absorvem de 2mg a 4mg.
O especialista explica também que, no caso hereditário, ocorre alteração no metabolismo do ferro, caracterizada por sua sobrecarga tecidual, podendo causar lesões em vários órgãos. Esse quadro leva a cirrose hepática, a doenças que afetam o sistema endócrino e a cardiomiopatias (doença do músculo do coração). A síndrome bloqueia a entrada de ferro na circulação, quando ele não é necessário, de uma maneira geneticamente determinada, e está relacionada a mutações em genes diferentes.
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– O controle é vital, pois esse excesso acumulado pode levar a lesões irreversíveis, além de poder causar doenças que predispõem ao câncer – acrescenta.