Talvez o principal mérito do filme do diretor Josh Boone (de Ligados pelo Amor, 2012) seja ser exatamente o que parece: entretenimento adolescente. Aconteceu com outros fenômenos teen que começaram nas livrarias e migraram para o cinema – Jogos Vorazes e Divergente são os mais recentes.
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Assistir A Culpa É das Estrelas é diversão da boa. Mérito de John Green, autor do livro em que o longa se inspirou, e principalmente dos roteiristas Scott Neustadter e Michael H. Weber, do tocante 500 Dias com Ela (2009). A dupla reproduziu linhas inteiras das quase 300 páginas da obra que conta a história de amizade e amor entre dois jovens que se conhecem em um grupo de apoio para pessoas com câncer.
As 193 poltronas de uma das salas do cinema do shopping Iguatemi Florianópolis não estavam totalmente ocupadas na madrugada desta quinta-feira, mas a plateia formada por adolescentes (em maior número e mais barulhentos), casais adultos e um ou outro desacompanhado (entre esses, eu) reagiu de acordo com o perfil. Os teens riam de tudo, das cenas com maior carga dramática, como quando Gus (Ansel Elgort) passa mal, até o momento da primeira transa do casal protagonista. Normal. É da idade. O que não é aceitável são as gargalhadas dos adultos enquanto Hazel (Shailene Woodley, novamente ótima) arfa à procura de um fiapo de ar depois de subir um lance de escada.
O roteiro tem boas sacadas, como registar o fofo “O.K.”, a forma como a troca de mensagens nos celulares dos dois é reproduzida na tela, passando pela trilha sonora basicamente folk e com bandas moderninhas como Charli XCX, Tom Odell e Birdy.
Se o jeito doce e a postura um tanto estoica na forma de encarar o câncer e o amor conflitam e cativam em Hazel, Gus parece meio bobo às vezes. Mas meninos são assim mesmo e a falta de tato não chega a incomodar.
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O que não dá para esquecer é a mensagem final, que envolve a sempre pesada reflexão sobre a responsabilidade por nossas escolhas e a promessa de alguma felicidade que possa vir a partir delas.