O ritmo do Carnaval de Florianópolis é o samba dolente. Mais lento, um pouco triste e nem sempre muito motivador. Faltando pouco mais de um mês para a folia momesca, se é que ela será realizada, na Nego Quirido no dia 9 de fevereiro, as escolas de samba da Capital estão quase paralisadas, quase como um samba de breque.

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A incerteza quanto ao desfile vai desde o vizinho da quadra da Consulado ao presidente da Liga das Escolas de Samba de Florianópolis (Liesf), Zeca Machado. Com uma parte da verba na mão, do Grupo RBS e da Tractebel, uma sensação de alívio brotou nos barracões nesta semana. Contudo ainda há gente muito atrasada em relação a alegorias e fantasias, mas o samba não para. Todas as escolas estão com as suas baterias nas ruas para, ao menos, ajustar a melodia que será entoada em 2013 ou 2014.

A Hora foi conferir a turma que dá vida ao Carnaval, e o número de pessoas é diminuto, bem diferente do de outros anos. Hoje, até na visão das outras escolas, a União da Ilha da Magia é quem mais está adiantada, com cerca de 70% do planejado pronto, sem riscos de atrasar se o portão da Nego Quirido abrir no próximo dia 9 de fevereiro.

Conversa para definir a festa

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O novo secretário de Turismo, Cultura e Esporte do Estado, Beto Martins, teve audiência ontem com o presidente da Liesf e membros das escolas. Prometeu falar com o prefeito da Capital, Cesar Souza Junior, para irem juntos ao governador Raimundo Colombo solucionar o impasse, na semana que vem. Até lá, a agonia dos sambistas continua.

Quadra vazia na Copa Lord

Com a quadra vazia, a escola do Morro da Caixa deve começar a confeccionar as fantasias a partir de sábado. A vinda de parte da verba propiciou a compra de materiais e a contratação de mão de obra. Os trabalhos serão concentrados na sede. Já no barracão, na área industrial de Palhoça, sete funcionários trabalham na montagem da estrutura dos carros, inclusive uma turma de Amazonas que já participou da confecção dos carros da festa de Parintins. Aproveitando a estrutura dos carros de 2012, o grupo trabalha, pelo menos, até amanhã, para depois ficar no aguardo do desfecho carnavalesco.

Nada está materializado na escola de samba Os Protegidos da Princesa

De longe, e de perto, a mais atrasada das escolas, a Os Protegidos da Princesa, teria dificuldade para, em cima do laço, construir o Carnaval para o dia 9 de fevereiro. O projeto do desfile está pronto, o desenho das fantasias também, mas nada foi materializado, ou seja, está tudo no papel.

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– Está tudo parado até que tenha uma definição da Liesf. Só a bateria está ensaiando, desde junho – confirmou Sione Márcio de Jesus, diretor de comunicação da escola.

União da Ilha da Magia só precisa dar os retoques

Atrás do tricampeonato, a União da Ilha da Magia, que irá cantar Bob Marley, está com a guitarra, adereço de um dos carros, ensacada em uma lona alaranjada. Somente Carlinhos, que é o coordenador do ateliê, está na sede da escola, em uma bela casa, com grande terreno, próximo ao Centrinho da Lagoa da Conceição.

– Estamos só naquela de saber que dia será o Carnaval, em ritmo de tartaruga. Se confirmar a festa, só precisamos de retoques nos carros – comentou o coordenador.

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Trabalho dá uma esfriada na Consulado do Samba

Sem uma definição, os trabalhos esfriaram na quadra da Consulado, na Caeira do Saco dos Limões. A mobilização vem sendo para que mais gente passe a curtir os ensaios da bateria Ordinária, no terminal de ônibus do bairro.

– Vamos aguardar esta semana para ver o que acontece. Não dá para assumir dívidas – contou Aidê Nascimento Carvalho, vice-presidente da escola. No barracão, em Palhoça, ninguém na área. Algumas estruturas de carros estão quase prontas, mas a finalização da obra depende, única e exclusivamente, de verba.

Ensaio da bateria da Coloninha

A Unidos da Coloninha está com a bateria Swing do Continente em ritmo de ensaio, o esboço de dois carros prontos e as ferragens das fantasias em dia. E só. A ausência de verba, até agora, fez com que não fosse comprada boa parte dos materiais das fantasias.

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– Está tudo parado – disse Julio Valmir Martins, diretor de Carnaval.

Mais sobre Carnaval

::: PLANO B – Propostas de soluções para o Carnaval de Florianópolis existem aos montes. Inclusive, circula a informação, não-confirmada pela prefeitura e nem pela Liesf, de que a festa poderia ser transferida para o aniversário da cidade, dia 23 de março.

::: CERVEJARIA – A coluna do jornalista Moacir Pereira, com apoio do jornalista Upiara Boschi, no Diário Catarinense de ontem, informou que um contrato assinado no ano passado transfere a organização da festa na rua para uma cervejaria. Acontece que a empresa que intermediou a contratação já está comercializando abadás a R$ 50.

::: CAMAROTE – A mesma coluna informou que estão à venda ingressos para um camarote, localizado na Praça Fernando Machado, a R$ 150. O prefeito Cesar Souza Junior foi informado da venda dos abadás e já disse que vai impedir a comercialização. Carnaval na rua, só se for de graça.

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::: RUA – Sobre o Carnaval de rua, a assessoria de imprensa da prefeitura de Florianópolis informou ontem que o assunto ainda está em estudo, e que uma definição deve sair até esta sexta.

::: BERBIGÃO – O Berbigão do Boca, a grande festa da Ilha, está confirmado para sair pelas ruas de Florianópolis no dia 1º de fevereiro. A diretoria do bloco decidiu ampliar a área de concentração, do Mercado Público até quase na Praça XV. As camisetas serão vendidas, a partir do dia 21, por R$ 20, em bares do Mercado.