Preparador físico da Chapecoense avalia o grupo e o calendário do Catarinense

O preparador físico da Chapecoense, Anderson Paixão, falou ao Diário Catarinense sobre a volta aos trabalhos. Ele defendeu que os jogadores possam curtir o Carnaval, mas sem exageros. Para Paixão, o campeonato com jogos nas quartas-férias e domingos acaba prejudicando os atletas, os times e os torcedores. Ele destacou que o bom desempenho do time do Oeste não se deve à preparação antecipada, mas à dedicação dos atletas durante os trabalhos.

Diário Catarinense – Vocês tiveram dois dias e meio de folga, isso ajuda o jogador a descansar ou atrapalha o condicionamento?

Anderson Paixão – Tem os dois lados. Às vezes é bom o jogador relaxar um pouco, pois vinha num ritmo de jogos nas quartas e domingos. Eles são jovens e devem curtir o Carnaval. Só tem que cuidar para não exagerar, não perder noite de sono. A falta de sono e a bebida alcoólica prejudicam. Quem não se cuidou vai sofrer na volta.

DC – Essa folga no campeonato é boa para recuperação ou é ruim para a Chapecoense, que vinha embalada?

Paixão – Eu defendo que não poderia ocorrer mais do que quatro jogos seguidos entre quartas e domingos. Depois de duas semanas com duas rodadas por semana, teria que haver duas rodadas com apenas jogos aos domingos, para recuperar os atletas. Com isso, os times poderiam recuperar jogadores lesionados e treinar mais. Ficaria um campeonato mais bonito.

DC – Os jogadores vêm dando uma boa resposta fisicamente. Qual os fatores para esse bom desempenho?

Paixão – A diferença é a dedicação dos jogadores. O pessoal tem falado que isso é devido ao início antecipado de preparação, isso até é um desdém ao nosso trabalho. Começamos só quatro dias antes do que os outros quatro grandes. Nós estamos sem academia própria e não temos o centro de treinamento ainda, mas os jogadores sabem tirar força disso. É que nem o Apolo que, tinha toda a estrutura, e o Rocky (no filme Rocky), que treinava na neve.

DC – Tem algum diferencial no método que você utiliza?

Paixão – Nosso trabalho tem muito de feeling, de saber quando dar mais carga ou menos carga. Eu gosto de trabalhar forte. Os jogadores até comentam isso. Mas, para jogar em alta intensidade, tem que estar preparado.