Uma audiência pública na próxima quinta-feira (22) vai discutir a situação das barragens no Alto Vale do Itajaí. O encontro foi solicitado pelo deputado estadual Gerri Consoli (PSD), natural do Rio do Sul, que manifestou preocupação com os impactos do El Niño.
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A Defesa Civil de Santa Catarina confirmou que estará presente na reunião aberta à comunidade. A expectativa é de que o órgão apresente um panorama das condições atuais de cada uma das estruturas existentes na região: as barragens de Taió, de Ituporanga e José Boiteux.
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Essa última é a com maior capacidade de armazenamento de água, mas está bastante prejudicada por falta de manutenção e danos, segundo o Estado, provocados por indígenas, o que a comunidade nega. A licitação de reforma chegou a ser lançada, mas houve erro na elaboração e até agora não foi relançada.
Em fevereiro deste ano, a Defesa Civil de SC esteve na aldeia, porém o encontro terminou em frustação e incerteza para todos os envolvidos, como mostrou o Santa na época.
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A barragem de Ituporanga também gerou preocupação no ano passado, quando houve problema em algumas comportas. Na época, elas chegaram a ser consideradas inoperantes, mas, quando o nível do rio começou a subir, o Estado decidiu ativá-las e depois providenciar a reforma.
A audiência deve trazer também informações sobre como os processos para construção de mais três barragens no Alto Vale do Itajaí. As estruturas foram projetadas para instalação nas cidades de Mirim Doce, Petrolândia e Trombudo Central, com um custo estimado em R$ 180 milhões.
As obras ainda não começaram.
— Quero trazer aos olhos de todos os cidadãos, em especial do povo do Alto Vale, a situação das barragens que com a chegada do El Niño traz sérias preocupações. A população não tem acesso às informações sobre a quantas andam os projetos de mitigação de cheias — frisou o parlamentar.
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O El Niño é um problema?
A meteorologista da Defesa Civil de Santa Catarina, Francine Sacco, ressalta que o fato de o Estado estar sob influência do El Ninõ não é fator determinante para desastres — como enchentes, por exemplo. Ela explica que o fenômeno traz chuva mais frequente por causa da disponibilidade de umidade na atmosfera.
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— Mas isso não quer dizer que vamos ter algum evento extremo — pontua.
Francine conta enquanto atuou no AlertaBlu, em Blumenau, acompanhou um levantamento para ver se havia um predomínio de enchentes em anos de El Niño. Na ocasião, conta a profissional, encontraram quase a mesma quantidade de enchentes entre os anos de El Niño, La Niña e em períodos chamados “Neutros”.
— Agora, aqui na Defesa Civil do Estado, fizemos o mesmo levantamento, avaliamos os piores desastres que já ocorreram em SC, e observamos que eles ocorreram muito mais em anos de La Niña.
Serviço
- O quê: Audiência pública sobre barragens do Alto Vale do Itajaí
- Quando: 22 de junho, às 19h
- Onde: Centro de Inovação Norberto Frahm, Rua Herculano Nunes Teixeira, 105, Budag, Rio do Sul
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