Três pesquisadores receberam nesta terça-feira um prêmio de criminologia em Estocolmo por terem mostrado como evitar educar um adolescente delinquente: o segredo é uma forte relação entre pais e filhos.

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Os norte-americanos Travis Hirschi, professor de sociologia na Universidade do Arizona e Cathy Spatz Widom, professora de psicologia na universidade John Jay em Nova York, e o sueco Per-Olof Wikström, professor de criminologia em Cambridge, levaram o prêmio concedido pela Universidade de Estocolmo.

Spatz Widom, que trabalhou sobre o itinerário de crianças do meio-oeste dos Estados Unidos – algumas maltratadas pelos pais – mostrou que “mesmo uma má educação por ter bons aspectos, que mesmo os pais criminosos podem construir uma relação forte com os filhos, o que faz com que eles respeitem a lei”.

Wikström elaborou sua hipótese a partir de pesquisas em Peterborough (leste da Inglaterra) e colocou em evidência o papel crucial dos pais, que ajudam na prevenção da delinquência “limitando o acesso a locais de criminalidade e moldando a moral de seus filhos”.

Em 1965, Hirschi começou a estudar mais de 4.000 adolescentes de Richmond, cidade da periferia de San Francisco, onde os índices de criminalidade são altos.

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“Mesmo com pais não convencionais ou criminosos, Hirschi descobriu o que era confirmado pelos relatórios da polícia: que o fato de ter fortes relações com um ou dois dos pais agia em favor da prevenção da delinquência, e mesmo de um respeito maior pela polícia”, explicou o professor à Universidade de Estocolmo.

Segundo ele, o adolescente torna-se mais inclinado a privilegiar o sucesso pelas vias clássicas, a se comprometer em atividades valorizadas pela sociedade a aderir à moral comum.

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