O primeiro-ministro armênio, Serzh Sarkisian, apresentou nesta segunda-feira sua renúncia, cedendo aos manifestantes que há 11 idas pediam seu afastamento nas ruas de Yerevan, informou a Armenpress, a agência de notícias oficial desta ex-república soviética.

Continua depois da publicidade

“Deixo o cargo”, declarou Serzh Sarkisian, citado pela fonte.

“Nikol Pachinian tinha razão. E eu me equivoquei”, acrescentou Sarkisian, que se fez nomear primeiro-ministro depois de ter sido presidente por dez anos.

O líder dos protestos e deputado Nikol Pachinian – citado por Sarkisian e detido na véspera durante uma manifestação -, por sua vez, foi libertado nesta segunda, de acordo com as imagens de uma tv local.

Continua depois da publicidade

Cercado de partidários, Pachinian se uniu às milhares de pessoas que se manifestavam nesta segunda-feira nas ruas de Yrevan para protestar contra Sarkisian.

A crise política sacode a Armênia há onze dias e se agravou no domingo com a manifestação de milhares de pessoas na capital após a prisão de Pachinian, e de outras centenas de manifestantes.

A praça da República, no centro da capital, onde se encontra a sede do governo armênio, ficou lotada na noite deste domingo, com milhares de pessoas protestando contra o ex-presidente Serge Sarkissian, nomeado primeiro-ministro com poderes reforçados.

Continua depois da publicidade

Pachinian tinha participado antes de ser preso de um encontro televisionado com Serge Sarkissian em um hotel da capital armênia, que foi interrompido rapidamente após trocas acaloradas entre ambos.

“Vim falar de sua renúncia”, lançou Nikol Pachinian ao seu interlocutor ante as câmeras.

“Não é um diálogo, é chantagem”, respondeu o primeiro-ministro. “Só posso lhe aconselhar que volte a um marco legal, caso contrário será responsável” pelo que pode vir a acontecer, acrescentou.

Nikol Pachinian, de 42 anos, é um ex-jornalista e opositor de longa data que esteve brevemente na prisão após participar de movimentos de protesto contra Serge Sarkissian em 2008 que deixaram 10 mortos.

Continua depois da publicidade

Os manifestantes acusam Serge Sarkissian, que acaba de concluir seu segundo mandato presidencial, de se aferrar ao poder, forçando sua eleição como primeiro-ministro pelos deputados.

A Constituição proíbe que o presidente cumpra mais de dois mandatos. Mas Sarkissian impulsou a votação, em 2015, de uma reforma polêmica para concentrar o essencial do poder no primeiro-ministro.

Os manifestantes criticam as manobras de Serge Sarkissian para permanecer no poder após mais de uma década no cargo de presidente. Também criticam este ex-militar de 63 anos por não ter diminuído a pobreza nem a corrupção.

Continua depois da publicidade

A maior manifestação ocorreu na terça-feira, quando 40.000 pessoas protestaram em Erevan. Esta foi a manifestação mais importante dos últimos anos neste pequeno país do Cáucaso.

mkh-mp/nm/sg.zm/age/cn

* AFP