Fundada em março de 2000, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil completa 24 anos nesta sexta-feira (15), em Joinville. A data marca mais um ciclo da instituição que une gerações e transforma a vida de pessoas através da dança. Provas vivas deste legado, as irmãs Amanda Gomes e Isabella Gomes partilham deste sentimento de renovação de ciclos, união de gerações e transformações de vidas, ao passar pelo Bolshoi.

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Natural de Goiânia (GO), Amanda começou no balé aos sete anos, depois de tanto insistir para a mãe. Dedicada e apaixonada, descobriu mais sobre a profissão e a Escola em Joinville, e daí, surgiu a oportunidade de fazer testes no Bolshoi, onde acabou sendo aprovada.

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Aos 10 anos, chegou em Joinville, junto da família, para estudar balé clássico no Teatro Bolshoi. Fascinada pela vida de bailarina, o sonho tornou-se realidade.

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— Desde criança, eu gostava da imagem da bailarina. Usar coroa, usar o figurino, a saia. Eu não entendia o que era, mas me encantava muito. Foi amor à primeira vista — lembra Amanda.

Após oito anos, se formou na Escola e iniciou a carreira profissional como bailarina da Cia. Jovem Bolshoi Brasil, onde, durante dois anos, protagonizou importantes papéis pela instituição. 

— Foi a base da minha carreira. Não só por ser uma escola profissionalizante, mas por ser a Escola Bolshoi. O método, a técnica, o leque de danças ensinadas. Além de ensinar, ela acolhe os alunos e você sente que é sua segunda casa. Sou muito agradecida — disse Amanda.

Em 2014, se despediu de Joinville para ser contratada pela Ópera de Kazan, na Rússia, como a 1ª bailarina da instituição. 

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— É muito diferente. Mas sinto que a minha experiência na Cia. Jovem foi fundamental para me preparar para a minha carreira — disse.

Hoje, aos 28 anos, acumula participações como solista em balés como “A Bela Adormecida”, “Romeu e Julieta”, e “O Quebra-nozes”, participou de galas nacionais e internacionais, e já ganhou prêmios por todo o mundo, inclusive, tendo seu nome inserido ao lado dos maiores bailarinos da história mundial, na competição de Varna, conhecida como as “Olimpíadas do Balé”.

“Quero ser igual ela”

Orgulho do balé brasileiro, Amanda é uma das histórias de maior sucesso do Bolshoi de Joinville e inspira crianças que sonham em ter uma carreira parecida. O que a mãe Polyana Gomes não esperava era que essa influência fosse tão forte dentro de casa.

— Desde pequena, logo com cinco anos, a Isabella já pedia pra fazer teste, acompanhava a irmã e falava sobre [o balé] — lembra Polyana.

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Mais do que compartilhar o mesmo sobrenome, as duas dividem a mesma paixão e, agora, vocação: o balé. Em 2024, aos nove anos, Isabella passou nos testes e ingressou na Escola do Teatro Bolshoi, em Joinville, assim como a irmã mais velha. Para a mãe, a história das filhas é um ciclo que se repete.

— Eu apoio, ela tem a inspiração da irmã e é o sonho dela se tornar uma bailarina. Temos que apoiar o sonho dos filhos, essa escola é única, estar aqui dentro é muito especial. Aqui eles formam artistas e cidadãos, ensinam para a vida. Transformou totalmente a Amanda e estou vendo agora na Isabella — afirma Polyana.

Sonhando em seguir os passos da irmã, a pequena Isabella conta, com os olhos brilhando, como é continuar a história da família Gomes no balé.

— É bem legal. Desde pequena eu ia nas apresentações e achava bonito. Tem a dificuldade, mas vai se acostumando. Os professores são legais, educados e exigentes. Quero ser uma bailarina igual a ela — revela Isabella.

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Por sua vez, Amanda relembra que “profetizou” a paixão da irmã após o nascimento dela.

— Quando a Isabella nasceu, nos perguntamos: “Será que ela vai ser bailarina também?”. Mas aconteceu tudo naturalmente, ela sempre gostou de ir nas apresentações e era curiosa. Nossa família ama muito balé e por que não ter mais uma bailarina? — disse Amanda.

— Estou muito feliz por ela e por iniciar os estudos na Escola Bolshoi. Não tem lugar melhor para ela estudar. Já vejo grande talento nela e reconheço o esforço e dedicação. Sonho em dividir o palco com ela. Tenho muito orgulho — diz Amanda, com carinho, sobre a irmã.

Veja fotos de Amanda e Isabella, as irmãs bailarinas

24 anos como referência em educação, cultura e cidadania

Única filial do Teatro Bolshoi de Moscou, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, instalada em Joinville, atualmente possui 236 alunos, todos com 100% de bolsas de estudo para o curso técnico. Também, são 15 professores e 11 pianistas, sendo cinco russos e um ucraniano.

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Além de ensino gratuito, os alunos recebem alimentação, transporte, uniformes, figurinos, assistência social, orientação pedagógica, assistência odontológica, atendimento fisioterápico, nutricional e assistência médica.

A estrutura da Escola é formada por salas para aulas de balé, estúdios de música, ateliê, núcleo de saúde, biblioteca, cantina, espaços culturais e dois laboratórios cênicos. São cerca de 6 mil metros quadrados, localizados em anexo ao Centreventos Cau Hansen, onde acontece o Festival de Dança de Joinville.

Fundada em 2000, a Escola é uma instituição sem fins lucrativos, que tem apoio da prefeitura de Joinville, do Governo de Santa Catarina e patrocínios, não incentivados ou incentivados, por leis de incentivo à cultura municipal, estadual e federal.

Bailarinos pelo mundo

Após formados, os alunos do Bolshoi entram no mercado de trabalho através da Companhia Jovem, fruto da instituição, vitrine para escolas de todos os países.

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Em números, a Escola já formou 455 bailarinos e 72% atuam na área da dança pelo Brasil e exterior. Atualmente, os jovens formados no Bolshoi Brasil atuam em 25 países em cinco continentes.

*Sob supervisão de Leandro Ferreira

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