Chega a R$ 858 milhões o prejuízo das empresas situadas nas regiões mais afetadas pelas enchentes e deslizamentos em Santa Catarina. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Fazenda, que concluiu nesta quarta-feira a compilação das informações coletadas junto a 574 empresas.

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As perdas e danos contabilizados e projetados pelos entrevistados para o período de novembro de 2008 a março de 2009 equivalem a 68% de todo o faturamento previsto para o mês de dezembro.

– O levantamento preciso é fundamental para que o governo do Estado tenha real noção dos prejuízos e possa argumentar com dados na busca de recursos – diz o secretário da Fazenda, Sérgio Alves.

Foram convocados participantes de todo o setor produtivo, tanto da atividade industrial como da comercial. O cadastramento por CNPJ permitiu a inclusão de dados também por pessoas jurídicas não registradas no cadastro de contribuintes do ICMS.

O levantamento é parte das ações do Grupo de Reação à Situação de Emergência ao Estado de Calamidade Pública, instituído por decreto pelo governador Luiz Henrique.

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Os dados foram coletados por meio de um formulário na internet. Além dos formulários, a Fazenda questionou a algumas entidades do setor produtivo quais seriam as principais medidas que poderiam ser tomadas para aliviar a situação dos empreendimentos atingidos. As entidades consultadas foram o Conselho Regional de Contabilidade (CRC/SC), o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Santa Catarina (Sescon/SC) e as Associações Empresariais de Joinville (ACIJ) e Blumenau (ACIB).

Entre os pedidos estão a liberação de recursos junto a bancos para capital de giro, criação de linhas de crédito especiais, carência para empresas que assumiram financiamentos, ampliação de prazos de recolhimento de tributos, criação de tarifas especiais de ICMS e IPVA, importação com ICMS diferido e créditos de ICMS sobre compras feitas dentro do Estado.

Os pedidos se referem também à infra-estrutura, com a continuidade das obras do PAC já aprovadas, das obras dos desvios ferroviários já previstos e projetados, da readequação do aeroporto de Joinville e da planta de regazeificação da Petrobrás em São Francisco do Sul. As entidades ainda solicitaram medidas emergenciais para recuperação das rodovias estaduais e federais e pontes danificadas, além da recuperação dos berços de atracação do porto de Itajaí.