Os prejuízos e custos dos atentados de novembro de 2012 e desde o final de janeiro deste ano no Estado para as empresas de ônibus somaram R$ 20,4 milhões e, para os cofres públicos, outro R$ 1,64 milhão.

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O impacto para as administrações dos municípios atingidos, para o Estado e a União será maior do que esta soma inicial. Porque R$ 1,64 milhão inclui, com exatidão, apenas o custo dos carros alugados para reforçar as escoltas de ônibus da Capital.

No cálculo, há uma projeção dos prejuízos com as viaturas da polícia queimadas, uma média das horas-extras pagas aos profissionais da Segurança Pública e uma estimativa do gasto com as diárias dos agentes da Força Nacional em SC.

Dos 17 prédios públicos depredados, apenas dois repassaram os custos com os reparos. Falta contabilizar os gastos com o deslocamento da Força Nacional e com a transferência de presos para longe de SC.

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Pelos números contabilizados até agora, fica evidente que o maior prejuízo direto está caindo na conta do transporte público. De acordo com o presidente do sindicato das empresas de ônibus (Setuf), Waldir Gomes, o valor para a reposição de cada ônibus queimado é de R$ 300 mil. Nas duas ondas de atentados foram 68 veículos incendiados.

Além disso, segundo Gomes, a circulação de passageiros caiu durante os ataques. Mas o sindicato só irá contabilizar os prejuízos no final do mês, quando será possível fazer um balanço de fevereiro que possa ser comparado ao mesmo período de 2012.

No governo do Estado, ainda não há um cálculo oficial de quanto foi gasto com operações especiais e do prejuízo ao patrimônio público. De acordo com a assessoria do governo, “a prioridade, nesse momento, é a segurança das pessoas”.

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Gasto maior do Estado foi com horas-extras

O principal gasto do Estado foi com as horas-extras da Segurança Pública que, só em novembro, em uma média diária, chegou a R$ 33,2 mil a mais que no mês anterior. Os gastos de diárias para os policiais da Força Nacional são custeados pelo governo federal.

De acordo com o Ministério da Justiça, o valor pago por dia para cada policial é de R$ 200,60. Os recursos gastos para o deslocamento dos profissionais até SC não foram informados.

Empresário vai acionar o Estado na Justiça

A empresa de transporte rodoviário Santa Terezinha, de São José, está saindo ilesa da segunda onda de ataques no Estado. Mas, da primeira vez, em novembro, teve quatro dos 50 ônibus sua frota queimados. Dois parcialmente, e outros dois com perda total.

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O proprietário da companhia, Carlos Alberto Vieira, conta que teve prejuízo de R$ 750 mil. Os usuários de Florianópolis, São José, São Pedro de Alcântara, Angelina e Rancho Queimado, onde a empresa atua, não foram prejudicados pela falta de ônibus, afirma o empresário. Segundo ele, o pior ficou com a empresa, que passa por sérias dificuldades financeiras buscando um financiamento para comprar, novamente, veículos novos.

O dono da Santa Terezinha diz que vai entrar na Justiça contra o governo do Estado para pedir indenização, porque entende que é dever do governo dar segurança à população.

– A minha seguradora informou que esse produto (seguro total para ônibus) nem existia. Comparando com o seguro de carros, eu precisaria pagar R$ 1 milhão por ano. Seria impossível – conclui o empresário.

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* Colaborou Janaina Cavalli.