O prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Junior, afirmou na manhã desta quarta-feira que deve entrar com uma ação no Tribunal de Justiça (TJSC) pedindo a declaração de ilegalidade da greve dos servidores públicos municipais. A ação deve ser protocolada ainda hoje. O prefeito ainda subiu o tom contra os grevistas e alertou sobre o pagamento dos salários. O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) defendeu a legalidade da greve calcula adesão de 75% dos servidores.
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— Já estamos preparando uma ação de declaração de ilegalidade e devemos apresentá-la na Justiça até o final do dia. Os dias serão descontados sem perdão — afirma o prefeito.
Cesar ainda alertou sobre o mau momento econômico vivido pelo país, que afeta o caixa das prefeituras de todos os país. Ele ainda classificou a situação como “delicada”.
A secretaria de Saúde informou que a adesão dos servidores da área está em cerca de 30% neste primeiro dia de paralisação. O secretário Carlos Daniel Moutinho Júnior ainda lembrou o surto de dengue no país, e afirmou que o trabalho será prejudicado com a adesão da equipe de combate às endemias.
“Greve é ilegal”, diz secretário
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Na terça-feira, após a confirmação da greve, o secretário de administração de Florianópolis, Gustavo Miroski, afirmou que o movimento era precipitado, pois ocorreram somente três meses de negociação e a data-base foi fixada em maio, por lei.
— Consideramos a greve ilegal, porque ela não respeitou sequer os prazos legais ou a manutenção dos serviços básicos. Não podemos concordar com isso e vamos tomar medidas administrativas, com cortes de salários, e judiciais, já que não houve respeito à lei. É uma grande intransigência por parte do sindicato da categoria — disse Miroski..
Sindicato afirma que adesão chega a 75% dos servidores municipais
O presidente do Sintrasem, Alex Santos, afirma que a adesão dos servidores chegou a 75% na manhã desta quarta-feira. O representante sindical defendeu a manutenção da greve:
— Nós iniciamos negociações, que não tiveram sucesso, e avisamos a sociedade com mais de 72 horas de antecedência. Então cumprimos com todos os requisitos legais para decretar estado de greve, a prefeitura pode entrar na Justiça, pois estamos tranquilos.
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Sobre a greve interferir no trabalho da equipe de endemias, Alex criticou o argumento da Secretaria de Saúde.
— O atendimento de endemias não é classificado como de urgência e emergência, então pode grevar normalmente. Se a prefeitura estivesse preocupada com dengue, não deveria ter tentado demitir 50 agentes de endemias no começo do ano. Só não conseguiram porque o sindicato defendeu os empregos na Justiça – diz Alex Santos.
A decisão de entrar em greve foi confirmada em uma assembleia na tarde de terça-feira, no Centro da Capital. De acordo com o sindicato da categoria, mais de 4 mil pessoas participaram do ato. Eles pedem principalmente a reposição salarial referente à inflação – entre 9,23 e 10% -, aumento no vale-refeição e pagamento da 2ª parcela do Plano de Cargos e Salários.