A prefeitura de Blumenau estima que terá um custo mensal de até R$ 94 mil para financiar as mamografias que não são mais pagas pelo Sistema Único de Saúde. A secretária municipal de Saúde, Maria Regina de Souza Soar, explica que a prefeitura ainda não tem estimativa de quantas mulheres serão atendidas por mês. Além da demanda reprimida, ainda é preciso considerar que muitas delas fazem o exame por meio de planos de saúde e outros convênios.

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O procedimento particular custa, em média, R$ 230. Hoje cerca de 25 mil mulheres na cidade estão na faixa etária que passa a ser atendida pela prefeitura (40 a 49 anos). O atendimento acontece no Hospital Santo Antônio e em clínicas conveniadas.

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A medida da prefeitura é uma resposta a um pedido da Rede Feminina de Combate ao Câncer por conta de uma portaria do Ministério da Saúde de 2013. O documento determinou que mulheres com 50 anos ou mais têm prioridade para fazer mamografia, exame diagnostica tumores nos seios. Desde setembro, quando a norma entrou em vigor, pacientes com até 49 anos ficaram desassistidas. Nestes dois meses cerca de 200 mulheres que passaram por consulta na Rede Feminina de Combate ao Câncer e precisavam fazer o exame ficaram sem atendimento.

Uma delas foi Áurea Machado Matos Schluter, 45 anos. Diagnosticada com nódulos nos seios há alguns anos, ela precisa fazer o acompanhamento médico periódico, o que inclui o exame. Mas neste ano, por conta da determinação do Ministério da Saúde, ela não conseguiu fazer a mamografia.

– Agora vou voltar na Rede Feminina para fazer o exame. Quando recebi a notícia que não poderia fazer a mamografia, fiquei chateada, mas muito mais por outras mulheres que têm casos bem mais graves que o meu. O acompanhamento é importante para prevenir e tratar o quanto antes, se for preciso – conta Áurea.

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Entre fevereiro e outubro deste ano a Rede Feminina de Combater ao Câncer, que também faz atendimento médico, encaminhou 1.142 pacientes para mamografia. Desse total, 56 precisaram de investigação mais aprofundada e seis delas foram diagnosticadas com câncer. Entre as mulheres doentes, três têm entre 39 e 46 anos e as demais, acima de 50 anos.