Já não é de hoje a reclamação de moradores e turistas com o baixo número de táxis em Balneário Camboriú, especialmente na temporada. Pensando nisso, a Prefeitura e o Sindicato dos Taxistas da cidade já iniciaram um estudo para ver a possibilidade de aumentar a frota.
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Mas o acréscimo não deve ser tão expressivo. A ideia é chegar em um consenso já que a categoria afirma que, na baixa temporada, o movimento cai consideravelmente.
– Nós temos um problema sério aqui que é a questão da sazonalidade. Por isso, precisamos encontrar um ponto de equilíbrio, para não prejudicar os taxistas que já estão trabalhando – comentou o gestor da Fundação Municipal de Trânsito (Fumtran), Jaime Mantelli.
A previsão é que, nas próximas semanas, já se tenham uma resposta do quanto pode aumentar a frota. O presidente do Sindicato dos Taxistas, Esmael Rosa, defende a classe e diz que não são apenas os taxistas que não conseguem atender a demanda do verão.
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– Isso é comum para todo mundo, mototáxi, ônibus. Não é só com a gente.
A falta de táxis vem gerando outro problema. Profissionais de cidades vizinhas, especialmente de Camboriú, estariam operando de forma ilegal na cidade. Por isso, a Prefeitura quer mudar a lei, que hoje proíbe este tipo de ação, mas não especifica uma punição.
– O ideal não seria apenas multar, mas apreender o carro. Quem descumprir precisa ter o veículo guinchado – sugere Esmael.
Mas tanto a Prefeitura quanto o sindicato admitem que parte do problema é causado pelos próprios profissionais de Balneário Camboriú.
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– Tem gente daqui que contrata o taxista de Camboriú. Fica no ponto e, se precisa, só liga para o táxi de lá fazer a corrida – comenta Mantelli.
O gestor do Fumtran disse também que não existe uma taxa para os taxistas de outras cidades que trazem passageiros de lá.
– Se ele trouxer alguém de lá e ficar esperando para levar de volta, não tem problema – reforçou Mantelli.
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Um táxi para cada 1,5 mil habitantes
A frota de táxis de Balneário Camboriú, proporcionalmente, é menor que a de Camboriú. São 72 veículos credenciados contra 60. Em média, é um carro para cada 1,5 mil habitantes em Balneário, contra um para cada 1.040 na cidade vizinha.
Mesmo assim, os números estão longes de cidades turísticas, como Rio de Janeiro e Recife, onde a proporção não chega a um por 300 habitantes. Para o professor de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, Sérgio Torres Moraes, que já morou em Balneário Camboriú, a cidade deveria investir mais em transporte público.
– Fizeram aquelas grandes avenidas na cidade, mas esqueceram das faixas exclusivas para ônibus. Temos que pensar que a grande maioria dos moradores de Balneário usa mais o mototáxi, que para mim é um veículo ainda muito inseguro, e o transporte coletivo.
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