O destino do terreno da antiga fábrica da Kohlbach, no Centro de Jaraguá do Sul, ainda é incerto. Os 60 mil metros quadrados, que na última década permaneceram inutilizados, são objeto de interesse público e privado. A Prefeitura negocia a apropriação de 3,6 mil metros quadrados, enquanto o restante atrai investidores de um projeto de complexo comercial.
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O prédio da fábrica, fundada na década de 1940, foi tombado como patrimônio histórico devido à sua importância para a economia do município. As instalações no morro, inclusive, desenharam parte da paisagem da cidade naquela época e, por isso, tornaram-se um dos motivos pelos quais o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural, Arqueológico, Artístico e Natural (Comphaan) decidiu pelo tombamento.
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Entretanto, os atuais proprietários do terreno demoliram parte da estrutura sem a autorização da Prefeitura. Conforme explica o chefe do setor de patrimônio histórico do município, Egon Jagnow, eles foram autuados e, em compensação, propuseram construir um memorial em homenagem à fábrica. O Comphaan decidiu pela doação de parte do terreno para transformá-lo num espaço público, dedicado ao setor cultural. O principal candidato é o Arquivo Histórico, que atualmente funciona num prédio alugado.
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– O que está acertado é que o lugar tem que ser usado para algum equipamento cultural. No momento, uma das coisas que o município quer é um prédio próprio para o Arquivo Histórico e, junto ao Arquivo, um memorial para a Kohlbach, para ressaltar a importância dessa empresa para o desenvolvimento do município – relata Jagnow.
Segundo o advogado que representa os proprietários do imóvel, Juliano Girolla, o destino dos outros 56,4 mil metros quadrados não está determinado. A incorporadora Trade Invest, que recentemente anunciou a possibilidade de investir R$ 200 milhões no local, apresentou um estudo para a construção de um complexo com shopping center, hotel e espaços comerciais. Contudo, a negociação será iniciada após o processo com a Prefeitura ser resolvido.
– Essa doação depende dos trâmites burocráticos. Quando o terreno for formalizado, aí sim estará apto a receber algum outro tipo de empreendimento. Não há possibilidade de fechar negócio antes disso. O nosso objetivo, hoje, é formalizar a questão do tombamento, para ser removido. O que acontecerá depois é outra história – esclarece Girolla.
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De acordo com Jagnow, o processo está na procuradoria do município, que deve elaborar o termo de dação – um acordo em que o credor, no caso a Prefeitura, aceita o pagamento da dívida com outros bens, que não o dinheiro.
Após isso, será feita a topografia do terreno para dar início ao processo de desmembramento e então o registro do imóvel. O procedimento ainda deverá passar pela aprovação da Câmara de Vereadores.