Com a promessa de tirar guardas municipais do setor administrativo para a área operacional e assegurar a manutenção de mais de 300 câmeras de vigilância da Polícia Militar nas ruas, a prefeitura lançou o programa Floripa Segura nesta segunda-feira à tarde. A ação teve um forte discurso político de que é possível fazer mais para diminuir os índices de violência na Capital. No ano, já são 109 mortes violentas, um recorde negativo histórico.

Continua depois da publicidade

A apresentação do conjunto de medidas de prevenção e melhorias na segurança mobilizou representantes empresariais e comunitários na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), no Centro. São três ofensivas principais: o fortalecimento do policiamento comunitário, a Guarda Municipal menos administrativa e mais operacional e o funcionamento do videomonitoramento com as câmeras de segurança.

O prefeito Gean Loureiro (PMDB) disse que a prefeitura irá dispor de R$ 800 mil por ano para garantir a manutenção das câmeras.

— Até 30% delas (câmeras) não estavam funcionando e vinham apresentando falsa expectativa de segurança — lamentou Gean.

O convênio com o Estado tem duração de cinco anos e possibilitará o compartilhamento das imagens para um centro de operações municipal que será inaugurado no bairro Capoeiras, no Continente.

Continua depois da publicidade

No fim do evento, o prefeito voltou a afirmar que não está satisfeito com os resultados do Estado no combate ao crime e “nem o governador está”, segundo ele. Raimundo Colombo não compareceu e em seu lugar esteve o vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB).

— A questão do homicídio eu falei claramente que é uma questão que a Guarda Municipal não consegue resolver. Vamos atuar preventivamente em políticas de assistência social. Agora, o combate ao crime é da Polícia Militar e da Polícia Civil — declarou o prefeito.

Gean se mostrou surpreso com a ausência do secretário da Segurança Pública, César Grubba, cuja pasta foi representada pelo secretário-adjunto Aldo Pinheiro D’Ávila. A assessoria de Grubba disse que ele não compareceu em razão do falecimento da avó de sua esposa.

Mais blitze da lei seca

Os recursos para a manutenção das câmeras virão dos convênios de trânsito. Quanto à Guarda Municipal, atualmente com 167 servidores, serão intensificadas as rondas de prevenção (escola, bike e a pé) e as blitze da lei seca. Um decreto municipal foi assinado renovando o concurso da Guarda Municipal de 2015 por mais de dois anos, o que abre a possibilidade de chamamento de novos guardas, mas ainda sem data.

Continua depois da publicidade

Investimentos na assistência social e no esporte também foram confirmados. A prefeitura garantiu que fará a conclusão das obras paralisadas do novo quartel do Corpo de Bombeiros, no sul da Ilha, e melhorias nos postos de salva-vidas nas praias.

O presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento do Norte da Ilha (Codeni), Luiz César Costa, alertou a preocupação da população com os mais de 50 assassinatos na região e o desejo das pessoas em participar das políticas públicas necessárias.

Preocupação com falta de atendimento social

(Foto: Marco Favero / Agencia RBS)

O promotor Daniel Paladino, que coordena força-tarefa de atendimento nas ruas, exibiu um vídeo em que ficou clara a preocupação do Ministério Público com a questão social e os moradores de rua em Florianópolis, grande parte dependente do crack.

Para o cabo da PM/SC e presidente da Associação Nacional dos Praças (Anaspra), Elisandro Lotin, o município tem um papel central na questão da prevenção primária em segurança pública. No entanto, Lotin acredita que as periferias, locais de grandes problemas, ficaram praticamente de fora do programa.

Continua depois da publicidade

— É claro que é uma iniciativa nova, focar na prevenção, mas precisamos de muito mais — opinou Lotin.