O que era para ser a retirada de duas construções de madeira no final de uma área de invasão no loteamento Juquiá, zona Sul de Joinville, se transformou num dia de tensão no local, que fica no final do bairro Ulysses Guimarães.

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O conflito começou por volta das 8 horas da manhã, quando duas equipes das secretarias de Habitação e Meio Ambiente foram até a área de invasão, com escolta da Polícia Militar, para retirar duas casas de madeira que estavam sendo construídas no mangue.

Como não encontraram ninguém no primeiro imóvel, as equipes demoliram rapidamente a casa. A família que iniciou a obra chegou em seguida e ainda tentou impedir a derrubada, mas não houve acordo.

No segundo imóvel, como o dono estava no local, as equipes exigiram que ele próprio retirasse as madeiras e a alvenaria do terreno.

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A dona do primeiro imóvel, uma adolescente de 17 anos, se revoltou e iniciou uma discussão com os fiscais e os policiais.

– Eles não podiam ter retirado sem nem ao menos falar comigo. Pedi com educação para retirar uma porta de vidro e a madeira que a gente pagou caro. Não temos dinheiro para comprar de novo – dizia, chorando. A revolta da mulher ganhou o apoio dos moradores.

A retirada dos dois imóveis ocorreu durante toda a manhã. No começo da tarde, cerca de 100 moradores da região bloquearam as duas ruas que dão acesso ao mangue e onde estão construídas mais de cem casas irregulares.

– A gente entende o drama dessas pessoas. Mas elas sabem que não pode construir em área de preservação, sabem que é irregular – disse um dos fiscais.

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As equipes da Prefeitura pediram para não serem identificadas pela imprensa porque a área é dominada pelo Primeiro Grupo Catarinense (PGC), facção criminosa que controla o tráfico de drogas na região.

As casas retiradas ficam a menos de 50 metros do local onde em fevereiro foi morto e decapitado um adolescente de 16 anos.

Os moradores também impediram a passagem dos ônibus que vão até o último ponto da linha Ulysses Guimarães, que fica dentro do loteamento.